Meta é enxugar o quadro de pessoal em 30% até 2018. Plano deve gerar economia de R$ 1,536 bi por ano
A Eletrobras pretende cortar 5.662 empregados, o equivalente a 30% de seu quadro atual, até 2018. Os cortes fazem parte do novo plano de negócios da estatal para o período entre 2017 e 2021, que prevê também redução de 29% no investimento e venda de R$ 4,6 bilhões em ativos.
A redução do quadro de empregados se dará por meio de dois planos: um de aposentadoria incentivada e outro de demissões na área administrativa. Ambos devem render uma economia de R$ 1,536 bilhão por ano, informou o presidente da estatal, Wilson Ferreira Jr.
O pagamento dos benefícios aos empregados que aderirem aos planos custará à companhia R$ 2,6 bilhões. O pacote inclui, ainda, o corte de 57% no número de funções gerenciais, eliminando a figura do chefe de divisão e reduzindo o número de assessores do alto escalão. A nova estrutura será implementada em dezembro e vai gerar economia de R$ 67,8 milhões ao ano.
O plano de negócios foi aprovado na semana passada pelo conselho de administração da companhia e segue modelo parecido com o elaborado pela Petrobras: com o objetivo de reduzir o endividamento, corta investimentos e arrecada novos recursos com venda de ativos.
A meta de R$ 4,6 bilhões em vendas de ativos deve ser atingida em 2017, disse Ferreira, e considera a transferência de participações que as empresas do grupo Eletrobras têm em Sociedades de Propósito Específico (SPE) montadas para construir projetos de geração e transmissão de energia. Ele não quis detalhar quais são os projetos à venda.
Citou, porém, o caso da Hidrelétrica de Santo Antônio, onde Furnas tem uma participação de 39% e pode exercer o direito de acompanhar seus sócios na usina caso fechem a venda do controle.
Além disso, a empresa prevê já este ano a entrada de pelo menos R$ 913 milhões com a privatização da distribuidora Celg D, que será leiloada no fim do mês. O valor refere-se à parcela da Eletrobras no preço mínimo de venda.
Com os recursos, disse Ferreira, a empresa pretende reduzir sua dívida de R$ 43,64 bilhões para R$ 37,94 bilhões até o fim de 2017. Segundo o executivo, a medida reduz em R$ 1 bilhão a necessidade de pagamento de juros no ano.
A dívida é considerada por Ferreira o principal desafio da Eletrobras. Hoje, a relação entre endividamento líquido e geração de caixa está em 8,74 vezes – isso quer dizer que a empresa precisaria de quase nove anos para pagar sua dívida com o dinheiro que gera em um ano. Ferreira diz que, com as medidas propostas, a empresa deve chegar a um índice inferior a quatro vezes em 2018.
O plano prevê investimentos de R$ 35,8 bilhões até 2021, 29% a menos do que o previsto no plano anterior. O orçamento inclui R$ 10 bilhões para a usina nuclear de Angra 3, cuja conclusão ainda está sendo estudada.