Uma grávida de nove meses está desaparecida no Rio há dois dias. Maria Eliane Félix, de 45 anos, se internaria nesta sexta-feira num hospital na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio, para dar à luz. Mas, na quarta, saiu da casa da filha, em Olaria, também na Zona Norte, para ir a uma farmácia e não foi mais vista. Parentes já fizeram buscas em hospitais, IMLs e também nas ruas de Olaria, mas não tiveram mais notícias de Eliane.
– Estamos todos desesperados. Meu filho (o taxista Rodrigo Monteiro da Rocha, de 37 anos, marido de Eliane) está muito abalado. Ele perdeu o chão – contou Clodomiro Máximo da Rocha, de 67 anos.
Segundo ele, Eliane espera uma menina que se chamará Rafaela.
– Todos aguardamos com ansiedade a hora do parto. Na quarta, ela saiu para ir à casa da filha. Essa filha contou ao Rodrigo que a mãe saiu falando que ia comprar uma tintura para o cabelo, pois queria chegar ao hospital “produzida”. Mas não voltou – contou Clodomiro.
Rodrigo disse que o úlltimo contato que teve com a mulher foi por volta das 10h de quarta-feira. A mulher conversou normalmente, sem aparentar qualquer tipo de alteração:
– Ela estava bem, tranquila. Minha mulher não usa qualquer tipo de medicação. Esteve bem durante a gravidez.
O taxista contou que notou que havia alguma coisa errada quando, às 3h de quinta-feira, percebeu que a mulher não havia feito qualquer contato.
– Eu estava trabalhando e perdi a noção do tempo. Aí, quando vi que ela não tinha ligado, passei um WhatsApp para ela, que não respondeu. Foi procurar as ligações recebidas e vi que havia quatro chamadas da filha da Eliane. Na hora pensei: “o bebê nasceu antes da hora” – contou Rodrigo, que é casado com Eliane há quase três anos.
Ele, então, ligou para a filha da mulher, que perguntou se a mãe havia voltado para casa:
– Quando disse que não, ela me contou que a mãe estava desaparecida. E o pior: ela está sem documentos e sem o telefone. Tudo ficou na casa da filha.
Rodrigo, parentes e amigos fazem uma campanha nas redes sociais em busca de notícias de Eliane. Segundo ele, o maior temor é que algo ruim tenha acontecido.
– Pensei logo naquela moça grávida que apareceu morta (Rayanne Chrisitini, de 22 anos, sequestrada na Central do Brasil aos sete meses de gestação). A mãe dela, inclusive, viu uma das postagens sobre o sumiço da Eliane e me ligou, sensibilizada. Estou tentando ter fé. Está muito difícil. Estou extenuado, sem dormir há umas quarenta horas. Se alguém souber da Eliane, por favor faça um contato.
O caso foi registrado na Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DPPA). Quem tiver informações sobre Maria Eliane pode ligar para o Disque-Denúncia (21 2253-1177).