‘Anulação’ é jogada de Lula
Confirmando notícia avançada em primeira mão pelo colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder, os advogados do ex-presidente Lula colocaram em prática o ato final de uma jogada para tentar livrá-lo do processo referente ao tríplex do Guarujá, que ele é acusado de receber da empreiteira OAS a título de propina.Apºos uma sequência de ataques ao juiz, provocando-o inclusive dursnte as audiências, os advogados montaram um requerimento ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) pedindo a “anulação” do processo, “em virtude de diversos atos que mostram que o juiz Sergio Moro perdeu a imparcialidade para julgar Lula.”
A defesa aponta para a existência de “provas pré-constituídas” de inúmeras situações em que o juiz teria atuado de forma parcial. A alegação é recebida como piada, nos meios jurídicos. Os advogados apontam como exemplos de “parcialidade” os mandados de ciondução coercitiva e de busca e apreensão em endereços do ex-presidente, considerado pelo Ministério Publico Federal o chefe do esquema de corrupção que roubou a Petrobras e o governo.
Na denúncia que deu origem ao processo, o Ministério Público Federal afirma que Lula se beneficiou de um conjunto de ‘três focos’. O primeiro se refere a três contratos da empreiteira OAS firmados com a Petrobras. O segundo foco se refere à lavagem de ‘parte milionária’de dinheiro por meio da reforma do triplex no Guarujá (SP). O terceiro foco, segundo a Procuradoria, ficou caracterizado com o pagamento da armazenagem de bens pessoais de Lula mediante contrato falso.
Segundo os procuradores, Lula recebeu “benesses” da empreiteira OAS – uma das líderes do cartel que pagava propinas na Petrobras – em obras de reforma no apartamento 164-A do Edifício Solaris. O prédio foi construído pela Bancoop (cooperativa habitacional do sindicato dos bancários), que teve como presidente o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto – preso desde abril de 2015. O imóvel foi adquirido pela OAS e recebeu benfeitorias da empreiteira.