Lula diz em Curitiba que a história irá mostrar que ninguém no Brasil foi tão perseguido quanto ele
Difícil dizer quem saiu vencedor no “confronto” que houve anteontem entre o juiz Sérgio Moro e o ex-presidente Lula. O magistrado não é neófito na esfera penal e conta em seu favor com os três anos de experiência adquirida à frente da Lava Jato. Mas o ex-presidente tem muito mais traquejo e já deu provas sucessivas vezes de que sabe driblar situações incômodas como a acusação de que seria o proprietário oculto do tríplex do Guarujá. Esperava-se da parte do juiz a apresentação de uma prova que deixasse o ex-presidente sem resposta, mas isso não aconteceu. Lula continua desafiando seus acusadores a apresentarem um recibo, uma conta bancária ou o áudio de um telefonema que o comprometa. E enquanto isso não for feito ele continuará posando no papel de vítima e repetindo à exaustão o que disse em Curitiba em praça pública: “A história irá mostrar que nunca, antes, na história deste país, alguém foi tão perseguido como eu”.
Por que só eu?
Outro bom desempenho de Lula ao ser interrogado pelo juiz Sérgio Moro foi quando ele disse que não tinha obrigação de saber que havia corrupção na Petrobras. Se os órgãos de controle não sabiam, disse, “por que eu haveria de saber?” Vale lembrar que se dependesse do controle interno da própria Petrobras, do TCU e do Ministério Público, a roubalheira ainda estaria em curso porque nenhum dos três nada descobriu.
Refinaria – Lula disse também ao juiz Sérgio Moro não saber os motivos pelos quais o orçamento da Refinaria Abreu e Lima começou em R$ 2,8 bilhões e saltou para R$ 18 bilhões. “Isso é lá com a Petrobrás”, respondeu. E não soube dizer se a parceria com a Venezuela (que não prosperou) foi acertada no governo de Jarbas Vasconcelos ou no de Eduardo Campos.