Tapas e beijos
De Marisa Gibson, hoje na coluna DIARIO POLÍTICO
O governador Paulo Câmara (PSB), ainda sob o clamor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), foi um dos primeiros políticos a ser convidado para um almoço no Palácio do Jaburu, com Michel Temer (PMDB ), que estava prestes a assumir a Presidência da República. O encontro apontava para um relacionamento político mais próximo, algo que se desfez em questão de dias, quando o PSB decidiu manter um distanciamento tático do governo sem ocupar cargos, e que agravou-se quando Temer anunciou a convocação de quatro pernambucanos para o seu ministério: Mendonça Filho (DEM) Educação; Bruno Araújo (PSDB), Cidades; Raul Jungmann (PPS), Defesa; e Fernando Filho (PSB), Minas e Energia.
Essa convocação sequer foi comunicada ao governo e ao PMDB estadual, partido que havia hipotecado solidariedade ao vice tão logo ele começou a ser chamado de “golpista”. Instalado o novo governo, que está completando um ano, a crise econômico-financeira dominou os debates com a PEC do Teto dos Gastos, cujos embates não chegaram nem perto das divergências provocadas pelas reformas da Previdência e trabalhista que hoje colocam em lados opostos o PSB, que fechou questão contra as mudanças, e o governo Temer.
Bem, ao chegar em Pernambuco no próxima sexta-feira, para assinar o ato de devolução da autonomia do Porto de Suape ao Estado, o presidente, que sabe do alcance político desse gesto, vai jogar alto para derrubar as barreiras socialistas. A questão de Suape vinha se arrastando desde os tempos de Eduardo, e foi colocada por Paulo no primeiro almoço que teve com Temer, já presidente no Palácio do Planalto, acompanhado pelo vice Raul Henry (PMDB). Enfim, Temer está liquidando uma fatura pesada imposta pelo Governo Dilma. E o troco que ele espera dos pernambucanos, por esse ato, deve ser na mesma proporção.