Richarlison escreve carta e fala sobre negociação com o Palmeiras: ‘Proposta irrecusável’
O atacante Richarlison quebrou o silêncio e se pronunciou, pela primeira vez, sobre a situação que envolve a negociação com o Palmeiras. Em uma carta divulgada em suas redes sociais, o jogador do Fluminense afirmou que a proposta foi irrecusável, admitiu que balançou com a oferta e esclareceu por que pediu para não ser relacionado para o jogo entre os dois times no sábado, pelo Campeonato Brasileiro.
“Eu recebi uma proposta praticamente irrecusável do Palmeiras, tanto do ponto de vista profissional quanto financeiro. Até onde soube, se tratava da maior transação interna entre clubes do Brasil em termos de valores. É fato que foi uma proposta que me balançou e me tentou muito. Acho que não existe mal nenhum nisso. É do ser humano, é natural. Era algo que mudaria a minha vida. Quem não quer ser valorizado assim?”, escreveu no Instagram.
O jogador explicou que pediu para não jogar porque se sentiu inseguro. Richarlison disse que tem um problema no tornozelo há algum tempo e que tem tomado remédios para conter a dor.
“Ainda tenho uma lesão no cotovelo, que inclusive tenho precisado de uma proteção para poder jogar. Todo o burburinho e o fato de não estar 100% fisicamente me deixaram inseguro para entrar em campo. Por isso, conversei com os meus empresários e eles me orientaram a me abrir com o professor Abel. Foi isso que fiz e ele me entendeu. Ele me disse que já foi jogador, sabe como são essas coisas e aceitou o meu pedido de não jogar contra o Palmeiras, pois eu estava receoso de que pudesse atrapalhar o desempenho do time”, escreveu.
Veja a carta na íntegra:
“Fala, pessoal!
Depois de tanta coisa dita nos últimos dias a meu respeito, me sinto na obrigação de dar a minha versão dos fatos. Especialmente em respeito à torcida do Fluminense, minha família, amigos e todos que me apoiam de alguma maneira. Espero que compreendam que essa será a primeira e ÚNICA vez que falarei sobre isso.
Na última semana, eu recebi uma proposta praticamente irrecusável do Palmeiras, tanto do ponto de vista profissional quanto financeiro. Até onde soube, se tratava da maior transação interna entre clubes do Brasil em termos de valores.
Por coincidência, a negociação veio a acontecer justamente na semana do confronto entre os dois times. Alguns dias depois, informações sobre isso começaram a circular na imprensa e isso me deixou um pouco preocupado.
É fato que foi uma proposta que me balançou e me tentou muito. Acho que não existe mal nenhum nisso. É do ser humano, é natural. Era algo que mudaria a minha vida. Quem não quer ser valorizado assim?
Fora tudo isso, que já seria o suficiente para mexer com qualquer um, é sabido por todos no clube que venho jogando com um problema no tornozelo há algum tempo, tomando remédios para dor, e ainda tenho uma lesão no cotovelo, que inclusive tenho precisado de uma proteção para poder jogar.
Todo o burburinho e o fato de não estar 100% fisicamente me deixaram inseguro para entrar em campo. Por isso, conversei com os meus empresários e eles me orientaram a me abrir com o professor Abel. Foi isso que fiz e ele me entendeu. Ele me disse que já foi jogador, sabe como são essas coisas e aceitou o meu pedido de não jogar contra o Palmeiras, pois eu estava receoso de que pudesse atrapalhar o desempenho do time.
Depois disso, ouvi e vi quieto muitas coisas que não gostei e não achei justas. É muito fácil dizer para o Brasil todo que sou influenciável sem ao menos conhecer todo o contexto. Difícil é jogar no fio da navalha sem estar na melhor das condições. O pior é ouvir isso de pessoas que nunca trocaram sequer uma palavra comigo e que não me conhecem minimamente para falar esse tipo de coisa.
Aos que dizem que sou pouco profissional, provavelmente não saibam das minhas condições físicas. Talvez também não saibam que, no início do ano, abri mão das férias que teria direito para ajudar a equipe; que nesse tempo joguei ao menos cinco partidas em dias que poderia muito bem estar descansando e curtindo a minha família; ou mesmo que em momento algum bati o pé, mesmo com uma proposta tão boa, exigindo a minha saída.
A verdade é que, na hora de escrachar publicamente e falar do que não sabem, poucas pessoas se preocupam com o outro lado. Principalmente se é o lado mais fraco, no caso o jogador. Não levam em consideração que eu tenho família, amigos e pessoas que gostam de mim ouvindo, lendo e assistindo a uma série de besteiras que foram ditas sem responsabilidade nenhuma. Se para essas pessoas é um pecado tão grande eu pedir para ficar de fora de UMA PARTIDA em específico, peço para que se atentem mais às suas posturas como profissionais nesse caso.
Não sei o que vai acontecer a partir de agora. Se a negociação acontecer, vou motivado para buscar meu espaço em um outro grande clube, com a chance de disputar uma Libertadores. Se ficar, fico feliz e continuarei fazendo o meu melhor, como sempre fiz, dando a vida pelo Fluminense dentro de campo e buscando fazer história por aqui.
Deixo na mão do Renato Velasco e do Giuliano Bertolucci, meus empresários, e da diretoria do Fluminense para resolverem isso e espero que essa história tenha um desfecho o mais rápido possível.
À torcida, peço desculpas pelo desenrolar das coisas. Não esperava que tomasse tamanha proporção e que tivesse essa repercussão. Acho que poderíamos ter resolvido isso de uma forma mais tranquila, mas não vou chorar o leite derramado. O que está feito, está feito.
Só garanto que não sou mercenário. Se dinheiro fosse minha prioridade, sequer teria vindo ao Fluminense no ano passado, pois tive propostas financeiras mais vantajosas. Se fosse pouco profissional, não me preocuparia em ser honesto com meu treinador e em eventualmente não render o meu melhor dentro de campo.
Vou continuar trabalhando forte, me dedicando nos treinamentos e retomar o foco no que é a minha vida, que é jogar futebol. Espero que esses dias ruins tenham acabado.
Valeu!