José Serra silencia e partido não tem o que oferecer
Faltando poucos dias para o prazo final estipulado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que os candidatos a cargos eletivos em 2014 definam seus partidos, o PSDB, comandado pelo senador mineiro Aécio Neves, vive um dilema. As cúpulas nacional e paulista da sigla tentam evitar a saída do ex-governador José Serra, mas não têm o que oferecer para segurá-lo. As informações são do Estado de S. Paulo.
“O caminho natural seria o Senado, mas quem controla o José Aníbal?”, sintetizou um tucano graduado. Segundo a publicação, o secretário de Energia de São Paulo já avisou que está disposto a enfrentar Serra em uma eventual prévia pela vaga.
O ex-governador venceu as prévias do PSDB em 2012 e conquistou o direito de disputar a Prefeitura de São Paulo com 52,1% dos votos dos militantes. No entanto, de acordo com a avaliação de dirigentes do PSDB, Serra não tem mais o mesmo poder de mobilização que tinha naquela época.
Sendo assim, ele poderia correr um sério risco de perder até mesmo a disputa interna. Quem poderia fazer uma intervenção vigorosa é Geraldo Alckmin, mas o governador está sendo pressionado a usar a candidatura ao Senado para contemplar aliados na montagem de seu palanque.
Ainda segundo a publicação, uma agravante é que, em 2014, apenas um senador será eleito. Então, ciente de que a saída de Serra seria um risco político alto para seu projeto presidencial, o senador Aécio Neves está empenhado em evitar que seu antigo rival mude de legenda.
“Cada um do seu jeito, estamos todos empenhados nisso. Abri para o Serra todas as portas do partido em São Paulo. Ele ainda não disse que vai sair, nem afirmou que vai ficar. Sendo assim, me mantenho otimista”, afirmou o deputado federal Duarte Nogueira, presidente do PSDB paulista.
Na semana passada, o ex-governador esteve duas vezes no Palácio dos Bandeirantes. Nas duas ocasiões, teria garantido, de acordo com interlocutores, que estará no palanque de Alckmin. E sobre seu futuro, disse que ainda não resolveu nada, mas seus amigos mais próximos dizem que a decisão está tomada e que ele fica no PSDB. Mas há quem discorde.
E enquanto não se define, Serra mantém a porta aberta no PPS. O deputado federal Roberto Freire, presidente nacional da sigla, se diz otimista com a chegada do ex-governador e disposto a esperá-lo até o limite do prazo legal definido pelo TSE.