Mãe de PM se desespera ao saber da morte do filho durante tiroteio no Rio

Mãe do policial Hudson se desespera ao saber da notícia da morte do filho
Mãe do policial Hudson se desespera ao saber da notícia da morte do filho Foto: Pablo Jacob / Agencia O Globo
Evelin Azevedo

Familiares do sargento Hudson Silva de Araújo, de 46 anos, morto nesta madrugada após confronto na comunidade do Vidigal, na Zona Sul do Rio, acreditam que ele foi vítima de uma emboscada. Segundo os parentes, os policiais que faziam o patrulhamento na região foram chamados para conter uma briga em um bar, quando foram atacados por bandidos. A mãe da vítima, Maria da Glória Silva de Araújo, de 74 anos, criticou o governador Pezão. Bastante emocionada, ela precisou ser amparada por amigos.

Dona Maria da Glória se desespera com a notícia da morte do filho
Dona Maria da Glória se desespera com a notícia da morte do filho Foto: Pablo Jacob / Agencia O Globo

– Enquanto o Pezão está na vida boa, o meu filho está morto. Ele era tudo para mim, ele que resolvia os meus problemas. Como vou viver sem o meu filho? – questionou Maria da Glória, que é moradora de Nilópolis, na Baixada Fluminense.

Ela ainda acrescentou que pediu para o filho se aposentar:

– Eu pedi tanto para ele se aposentar esse ano, mas ele queria esperar até o ano que vem. A UPP tem que acabar antes que acabem com todos os policiais primeiro – lamentou.

Hudson é descrito pelos mais próximos como uma pessoa bastante calma, tanto que nem tinha Facebook de tão reservado que era. O sargento estava há mais de um ano trabalhando como supervisor de equipes na UPP Vidigal e completaria 15 anos na Polícia Militar em setembro deste ano. Hudson era casado e deixa duas filhas. Ainda não há informações sobre seu enterro. A família aguarda uma irmã de Hudson voltar dos EUA para poder enterrá-lo.

Suspeitos identificados

Hudson estava há mais de um ano na UPP do Vidigal
Hudson estava há mais de um ano na UPP do Vidigal Foto: Pablo Jacob / Agencia O Globo

A Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) informou que já identificou pelo menos três suspeitos envolvidos no ataque ocorrido nesta madrugada na favela do Vidigal, na Zona Sul do Rio. Suas identificações, entretanto, não foram divulgadas pelo Setor de Inteligência da UPP, até o momento. Desde o início desta manhã de domingo, o Comando de Operações Especiais (COE) – com agentes do Bope e BAC – realizam uma operação no Vidigal.

Hudson morreu enquanto policiais faziam patrulhamento pela Rua Presidente João Goulart, uma das principais vias da comunidade, quando criminosos armados teriam atacado a guarnição, por volta das 4h30. Houve tiroteio. O militar chegou a ser levado para o Hospital municipal Miguel Couto, na Gávea, também na Zona Sul do Rio, mas não resistiu aos ferimentos.

A Divisão de Homicídios (DH) investiga o caso.

Manifestação pede fim de mortes

Cerca de 300 familiares e amigos de policiais militares mortos no estado do Rio se manifestam na manhã deste domingo em frente ao posto 5 da Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio. Os participantes carregam faixas e cartazes em que lamentam a falta de apoio da PM às viúvas e filhos dos agentes mortos e pedindo que a sociedade valorize o policial militar. Algumas viúvas subiram no carro de som para relaltar suas perdas. Elas carregam 90 cruzes com os nomes dos agentes mortos este ano.

Com a morte de Hudson, sobe para 91 o número de PM’s mortos no Rio de Janeiro somente este ano. Neste sábado, o soldado Fabiano de Brito e Silva, de 35 anos, foi enterrado no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste. Cerca de 500 pessoas acompanharam a cerimônia. O PM estava há três anos na corporação, e não resitiu aos ferimentos ao ser atingido na barriga, após reagir a um assalto na Rua Clara de Araújo, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, na manhã da última sexta-feira.

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