Senador pede transposição da Amazônia para o Nordeste
De acordo com o ministro Helder Barbalho, em audiência no Senado no último dia 23, o assunto está sendo tratado de forma discreta pelo governo. “Temos buscado serenidade neste debate, pois, no Brasil, a pluralidade de opiniões para as soluções hídricas é algo absolutamente sensacional, principalmente no Nordeste, por conta da pressão que essa pauta traz”, explicou. O Blog de Jamildo entrou em contato com a pasta no dia 7 de agosto e a única resposta obtida foi de que os estudos ainda eram incipientes.
Apesar de a expectativa ser de a obra ser semelhante à da transposição, as dimensões projeto seriam menores, segundo o deputado que apresentou a proposta duas vezes desde 1995, Gonzaga Patriota (PSB-PE). A transposição custou até agora cerca de R$ 10 bilhões e chegou apenas à Paraíba, com previsão de atingir o Ceará e o Rio Grande do Norte só no ano que vem. Para trazer a água do Tocantins, porém, segundo o parlamentar, a estimativa é de um investimento de cerca de R$ 3 bilhões, antes da conclusão do estudo.
“É uma obra pequena em relação às outras que já começaram e estão quase feitas. Então, eu não vejo como o governo não fazer”, afirmou o socialista. “Tem que apertar o presidente da República.”
O deputado explica que o trecho mais oneroso previsto é em Tocantins, onde será necessário construir estações elevatórias, como há na transposição, para conduzir a água até transpor a Serra Geral de Goiás, na divisa com a Bahia. Nesse ponto, a água seria despejada na nascente do Rio Preto, de onde poderia seguir por gravidade até desaguar na Barragem de Sobradinho, que teve a vazão reduzida nos últimos anos.
Patriota argumenta que a precipitação média anual na bacia do Rio Tocantins é de 1,6 milímetros, estendendo-se os meses chuvosos de novembro a maio e os meses secos de junho a setembro. No São Francisco, os índices são menores do que 600 milímetros ao ano. Além disso, o parlamentar frisa que a vazão média no primeiro chega a 13,6 metros cúbicos por segundo, enquanto no segundo é de 2.846 metros cúbicos por segundo – agora, Sobradinho tem 600 metros cúbicos por segundo, o que impossibilita a geração de energia e levou à proibição da captação em um dia da semana.