Desgaste político leva eleitor a não comparecer a cartórios para regularizar situação

15% dos eleitores não procuraram os cartórios

Da Redação

Acabou, ontem (25), o prazo para regularização dos eleitores que não justificaram a ausência nas três ultimas eleições. Embora muitos sejam os eleitores nessa situação, 1,3 milhão, poucos, cerca de 8,5%, procuraram a Justiça Eleitoral para a regularização. Isso devido, principalmente, ao desgaste político que acontece no Brasil, onde o voto ainda é obrigatório.

Uma onda de políticos desonestos e denúncias, cada vez maiores, de irregularidades desses gestores ou parlamentares tem feito com que o eleitor perca o interesse pelo voto.

E se o voto é a esperança de mudança e de dias melhores, esse esvaziamento nos cartórios eleitorais, para a regularização dos títulos, faz crer que o brasileiro anda cada vez mais desacreditado de seus políticos e que não se importam com as dificuldades impostas pelo governo para quem não exerceu o seu direito (obrigatório) ao voto.

A lista de quem permanece inadimplente será divulgada no próximo dia 14 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os títulos de quem não cumpriu as exigências serão cancelados entre 10 e 12 de maio. Sem o documento, o eleitor fica impedido de se candidatar a cargos eletivos, tirar passaporte, ser empossado em cargo público e de se matricular em instituições de ensino público.

Grande parte do eleitorado ignora essas represálias por estar cansada de dar vida boa a político mau caráter e que depois de eleito trata as pessoas aos gritos, não respeitam a própria lei e metem a mão no dinheiro público em beneficio próprio. Outra prática comum, que decepciona o eleitorado, são as falsas promessas. Muitas pessoas ajudam na campanha se empenham e, a exemplo do que aconteceu na região Norte da Bahia com quase todos os prefeitos recentemente eleitos, não cumprem com a palavra.

A impunidade é a grande desilusão do cidadão. Um caso de impunidade que revolta o eleitor da região são as várias denuncias feitas na justiça contra o ex-prefeito de Uauá, Jorge Lobo, que ainda assim concluiu o mandato de oito anos. Deixou o município devastado, no CAUC, os funcionários sem INSS, devendo a banco empréstimos consignados, linhas telefônicas cortadas, e o município inadimplente.

O prefeito de Sento Sé, Ednaldo Barros (PSDB), é outro que acumula denúncias de irregularidade e continua sentado na cadeira de chefe do executivo municipal.

Outro grave problema aconteceu em Sobradinho. Parte dos recursos do Canal da Batateira foi desviado, resultando num prejuízo de R$ 64 milhões para a União e os culpados, apenas foram impedidos de concorrer as eleições durante oito anos e mais nada.

Em Juazeiro, o ex-prefeito Misael Aguilar e mais quatro pessoas foram indiciadas pelo desvio de 14 milhões que deveriam ser aplicados no saneamento do bairro Itaberaba. Alguns foram presos, soltos poucos dias depois, o ex-prefeito fugiu para não ser preso. Hoje, todos estão livres e o dinheiro sumiu.

Em Curaçá foram várias as irregularidades encontradas pelo prefeito Carlinhos Brandão (PPS). No município de Canudos, o prefeito Genário Rabelo (PSD) encontrou a prefeitura devastada, com toda a frota sucateada, saúde, educação, infraestrutura sem funcionar, município no CAUC e funcionários com salários atrasados. Em Casa Nova, o prefeito Wilson Cota (PMDB) encontra uma prefeitura totalmente depenada; em Sobradinho, a bagaceira foi pior. Em outros municípios onde os prefeitos foram reeleitos com contas rejeitadas e com denúncias de práticas lesivas ao erário público, nada aconteceu.

Em Petrolina/PE, foram inúmeras as denúncias contra ex-gestores e ninguém fui punido.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *