Presidenciáveis começam a caçar aliados. PDT e PC do B estão na mira.

ImageProxy (4)

Passado o primeiro impacto da aliança entre Eduardo Campos e Marina Silva, os presidenciáveis começaram uma verdadeira caçada aos aliados. No Partido dos Trabalhadores, o clima é de indignação com a postura do governador de Pernambuco. Por orientação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os petistas começam esta semana uma ofensiva para isolar o PSB, comprometendo parcerias importantes para os socialistas, a exemplo das reeleições dos governadores do Espírito Santo, Renato Casa Grande, e do Amapá, Camilo Capiberibe, ambos integrantes do partido de Eduardo.

Por isso, os petistas começaram um trabalho intenso de bastidor para evitar que dois partidos da base da presidente Dilma Rousseff (PT) possam debandar: o PDT e o PCdoB. Essas são as legendas que estão na mira do presidenciável do PSB.

O PDT porque vem externando sua insatisfação com o tratamento que recebe no governo, e o PCdoB – apesar de se apresentar como um aliado fiel do PT desde 1989 – tem parcerias firmadas com o PSB em vários Estados, como é o caso de Pernambuco.

Professor da Universidade de Brasília (UNB), Octaciano Nogueira pondera que o panorama de alianças não deve se alterar até dezembro. “Depois do impacto do anúncio da adesão de Marina, a hora é de esperar. Eduardo vai cortejar diversos partidos, conversar com muita gente, mas ninguém vai anunciar uma adesão tão cedo antes de surgirem pesquisas que apontem um caminho”, pondera.

Pelo lado petista, destaca Nogueira, a reforma ministerial deve contemplar aliados, acalmando a base. “Quando começar a reorganização de cargos nos ministérios, os partidos vão se sentir mais à vontade para barganhar, já que Campos surge como alternativa. Se forem contemplados, dificilmente deixarão o governo. Infelizmente, é assim que funciona”, destaca.

Defendendo a tese de que o PDT está mais propenso a deixar o governo, o professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Joviniano Neto ressalta a parceria do PCdoB com o PT. “O PDT já está até com negociações em curso. Mas se o Campos arrancar o PCdoB do governo será um reforço substancial à candidatura dele. Realmente, muda o cenário”, argumenta. “Seria um golpe no PT pela representatividade que o PCdoB tem. Aliado desde sempre, com um histórico de parcerias e defesas da gestão petista”, esclarece.

Legado Petista

Os professores são unânimes em lembrar que a batalha pelo legado petista definirá a força da candidatura de Eduardo Campos. “O PT tem um histórico de reforçar seus legados nas campanhas, especialmente na questão social. Ora, dois ex-ministros terão força para convencer os demais partidos que também podem fazer a defesa dessas conquistas como suas, o que quebra a hegemonia à qual o PT está habituado”, destaca Joviniano Neto.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *