Seis anos após denunciar primos em gravação, prefeito é morto no Ceará
Em maio de 1998, dois anos após se eleger prefeito e seis após gravar o vídeo, João Jaime foi assassinado. Ele estava num escritório em Fortaleza à espera do primo e vice-prefeito, Amadeu Gomes, que não apareceu. Quem chegou foi uma dupla. Um dos homens se dirigiu a João Jaime e atirou no olho esquerdo dele.
O prefeito tinha recusado, segundo a Polícia Civil, financiar a campanha pela reeleição de Aníbal com verba do Ministério dos Transportes.
Os Ferreira Gomes dominavam o litoral norte do Ceará desde 1946, quando o coronel José Filomeno Ferreira Gomes se elegeu deputado estadual pelo PSD. Os filhos dele se dividiram em dois grupos: “filomenos pretos” e “filomenos brancos”. Os “filomenos pretos”, liderados por João Jaime Ferreira Gomes, pai de Joãozinho, o prefeito morto, e os “filomenos brancos”, sob o comando de Amadeu Ferreira Gomes, pai de Aníbal, Amadeu e Duquinha, se revezavam no controle da prefeitura. Com a morte do prefeito, houve a separação. O jazigo que guardava os restos mortais da família foi aberto e os ossos de “filomenos pretos” retirados e enterrados em outra tumba.