Promotor quer a prisão preventiva de médica que atropelou e matou 2 irmãos
O promotor David Galo adiantou na tarde de ontem que o Ministério Público já dispõe de suporte técnico e aval de promotores e juízes para pedir a prisão preventiva de Kátia Vargas Leal Pereira, de 45 anos, médica envolvida no acidente. Após parabenizar o trabalho da Polícia Civil pelo levantamento de dados que permitiu o flagrante, o promotor Davi Galo disse que dois juízes aprovam a preventiva. Ainda de acordo com o promotor, foi solicitado um trabalho de peritos do Departamento de Polícia Técnica para confirmar, ou não, a necessidade da continuidade do internamento da médica.
Uma tia das vítimas informou que, se apresentando como paciente da doutora, conseguiu chegar até a recepção da semi-UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) do Hospital Aliança, onde foi barrada por um grupo que teria informado que a médica tinha acabado de almoçar e por determinação do advogado não poderia receber ninguém.
O advogado constituído pela família da médica, Vivaldo Amaral, solicitou responsabilidade da imprensa na abordagem do caso. Segundo ele, as investigações mostrarão o que realmente acontecera no bairro de Ondina. O criminalista acredita ser muito precipitado condenar esse ou aquele. Sobre a pergunta da tia das vítimas, sobre como agiria se fosse um parente seu na situação, Amaral preferiu não responder.
Ao falar sobre a paciente, Amaral informou que ela está em coma induzido por causa das pancadas na cabeça e desde a madrugada de sábado o pedido de liberdade provisória foi solicitado.
A médica responderá por duplo homicídio por dolo eventual, quando a pessoa assume o risco de matar. Após a análise das imagens das câmeras de segurança do bairro e do depoimento de testemunhas, as delegadas Acácia Nunes e Jussara Maia, da 7ª DT Rio Vermelho, concluíram que ela teve a intenção de matar os irmãos Emanuelle Gomes Dias, 23 anos, e Emanuel Gomes Dias, 21.
Um artigo elaborado pelo terapeuta clínico e especialista em trauma e transtornos ansiosos Jordan Campos, sobre hipervigilância – um estado físico com alto impacto emocional e sensorial causado por excesso de adrenalina circulante no organismo que não é anulada –, chegou a ser postado em rede social, como uma discreta defesa da médica.
De acordo com o texto, a adrenalina em excesso seria provocada principalmente por estresse e medo constantes. Para as delegadas Acácia Nunes e Jussara Souza, as provas são perfeitas e substanciais para colocar a médica presa. “Ela perseguiu os jovens e causou a morte dos dois”, disse Acácia. “A senhora Kátia está custodiada no hospital e sob escolta policial.
Fonte: Tribuna