Centenas de apps estão monitorando você pelo microfone
Apps possuem uma tecnologia que pode até mesmo reconhecer o áudio quando o dispositivo é guardado no bolso
Centenas de aplicativos e jogos estão monitorando usuários de smartphones através de seus microfonesWikimedia Commons
Centenas de aplicativos e jogos estão monitorando usuários de smartphones através de seus microfones. Eles possuem uma tecnologia que pode até mesmo reconhecer o áudio quando o dispositivo é guardado no bolso ou se estiverem em execução em segundo plano. Segundo denúncia do jornal The New York Times, esses apps usam um software chamado Alphonso, que coleciona silenciosamente dados sobre os hábitos das pessoas e os vende aos anunciantes.
Os anunciantes podem então usar essas informações para saber mais sobre consumidores direcionar anúncios de forma mais eficaz. Cerca de mil jogos e aplicativos sociais supostamente usam o software, sendo que mais de 250 deles estão disponíveis para download na Google Play e um número menor na App Store, da Apple.
Alguns desses aplicativos que apresentam essa tecnologia são o Pool 3D, Beer Pong: Trickshot, Real Bowling Strike 10 Pin e Honey Quest. O software Alphonso usa o microfone de um telefone para ouvir o ambiente em torno de um usuário, para descobrir o que eles estão assistindo na TV.
A empresa insiste que sua tecnologia não registra as conversas das pessoas e diz que suas capacidades são claramente explicadas nas descrições de aplicativos e políticas de privacidade. A apresentação do Pool 3D, por exemplo, informa que o acesso ao microfone é permitido apenas com o consentimento do usuário.
“O acesso ao microfone é permitido apenas com o seu consentimento, e as amostras de áudio não deixam o seu dispositivo, mas são substituídas por assinaturas de áudio digitais. Se uma correspondência for encontrada, Alphonso pode usar essa informação para entregar anúncios mais relevantes para o seu dispositivo móvel”, diz a descrição do app disponível na Google Play.
A executiva-chefe da tecnologia Alphonso, Ashish Chordia, disse ao New York Times que a empresa tem um acordo com o Shazam, que pode ajudá-lo a identificar usuários, analisando o áudio fornecido por Alphonso e vendendo suas descobertas de volta à empresa.