Pinhas decorativas são uma das mais visíveis heranças arquitetônicas dos portugueses
Com uma colonização inicialmente portuguesa, é de se esperar que herdemos alguma coisa de nossos primos lusitanos. Entre comidas, costumes, trejeitos e arte, temos também as heranças arquitetônicas – estas, uma das mais visíveis e resistentes até os dias de hoje. Entre elas, as pinhas decorativas permanecem até os dias de hoje na decoração dos mais variados estilos de lares.
A origem vem de outro vizinho, a França, onde eram chamadas de Boules D’escalie (numa tradução livre, bolas de escadas) no final do século XIX. Tendo aparecido primeiro em pedra, madeira ou latão – logo após, as pinhas ganharam suas versões também em vidro e cristal. Clichy, Saint Louis e Baccarat foram alguns dos ateliês responsáveis por difundirem as pinhas pela Europa – principalmente Portugal.
Segundo a arquiteta Marcia Nejaim, as pinhas são uma verdadeira mania entre os pernambucanos. Elas surgiram enfeitando os jardins e também os corrimãos das escadas das casas e aqui no Brasil começaram a ser utilizadas em meados do século XX. Hoje, permanecem presentes na decoração, porém nas mesas. “Muitas pessoas colecionam pinhas originais, vindas de casas antigas que foram demolidas – as mais antigas são como jóias, obras de arte”, afirmou a arquiteta. Atualmente, muitas delas são fabricadas nos mais diversos materiais e formas – indo da madeira ao cristal, tendo ainda as que são feitas em gesso ou argila, seguindo as cores que são tendência na estação.