Eduardo Campos é alvo em debate do PT
Visivelmente incomodada com os movimentos do governador Eduardo Campos (PSB) para se lançar candidato a presidente, ameaçando a reeleição de Dilma Rousseff (PT) -, postulantes a presidente do PT de Pernambuco no Processo de Eleição Direta (PED) defenderam, ontem, em debate, o lançamento de um candidato petista ao Palácio das Princesas no próximo ano, num embate direto com o candidato a ser apoiado pelo socialista. O governador acabou sendo alvo de diversas críticas no encontro.
“A gente tem que reeditar em 2014 os acertos das estratégias de 2002, quando tivemos uma candidatura própria e uma chapa de deputados que fez Humberto Costa, de fato, assumir a voz da oposição ao governo Jarbas Vasconcelos (PMDB), com 35% dos votos, que aumentou a bancada do PT estadual e na Câmara”, exaltou a deputada estadual Teresa Leitão, candidata ligada ao grupo do ex-prefeito João da Costa. Ela defendeu, ainda, que a postulação própria ao governo do Estado é “estratégica” para o “projeto de poder” da sigla e que a reeleição da presidente Dilma Rousseff precisa ser “questão de honra” em 2014.
Candidato ligado à tendência O trabalho, considerada mais radical, Edmilson Menezes ressaltou que, após a legenda ter deixado a base aliada do governo socialista em Pernambuco, com a entrega de cargos, deve adotar uma postura de oposição (hoje, a sigla se considera uma “bancada independente” na Assembleia Legislativa). “Temos razão para nunca termos entrado no governo Eduardo. O PT precisa deixar de ser capacho dele”, afirmou.
Já Bruno Ribeiro, nome lançado pelos grupos do senador Humberto Costa e do deputado federal João Paulo, destacou a participação das gestões do PT na boa aprovação do governo Eduardo Campos. “Pernambuco é o que é não pelas mágicas de gestão, mas pelas prioridades de Lula e de Dilma. E isso quiseram esconder e nós vamos à sociedade desidratar os 80% de popularidade deste governo (de Eduardo), porque há um pedaço petista nestes 80% e vamos buscá-lo”.
Além da possibilidade de candidatura própria, se cogita internamente o apoio à candidatura já colocada do senador Armando Monteiro Neto (PTB), que este mês também deixou a base aliada do governador e anunciou apoio à reeleição de Dilma. (Jamildo Melo)