PT elege Haddad como a “nova liderança” nacional do partido

Em resolução aprovada neste sábado (1º), o diretório nacional do PT resolveu apontar Fernando Haddad como “nova liderança nacional do partido”. Haddad disputou a Presidência da República contra Jair Bolsonaro e obteve 47 milhões de votos.

De acordo com a resolução, “é imprescindível ressaltar nesse balanço que o companheiro Fernando Haddad se projeta como uma nova liderança nacional do Partido. Defendeu o legado do PT, ao mesmo tempo em que simbolizou aspectos de renovação política e social de que o PT é capaz, logrando conjuntamente com a militância democrática, da esquerda e do partido chegar ao final do segundo turno com 47 milhões de votos. É com este saldo político que Fernando Haddad poderá cumprir destacado papel frente aos novos e complexos desafios da conjuntura”.

No documento, o PT se recusa a fazer autocrítica sobre os erros cometidos pelo partido durante o período em que esteve no governo, embora admita alguns “equívocos”.

Textual: “O conjunto do partido parece ter incorrido em alguns equívocos durante os nossos governos. O primeiro foi a o ‘republicanismo’. Fomos republicanos com quem não é e nunca foi republicano, a mídia monopolista, parte do Judiciário que sempre foi o reduto e o reflexo da elites mais atrasadas e antigas do escravismo nacional, os serviços de inteligência, as Forças Armadas e os aparatos de segurança, ainda sob controle dos que estavam no poder na época da ditadura de 1964-1985, corporações conservadoras e que se pautavam apenas por interesses próprios e pelas disputa de poder para seus agrupamentos, como parte do MP e grande parte da PF”.

“Permitimos que esses grupos se reproduzissem e acumulassem força para nos derrubar numa ruptura da Constituição”, diz o documento, acrescentando que “não bastava fazer políticas sociais benéficas para a maioria da população para nos manter conectados com os interesses e afinados politicamente com essas maiorias sociais”.

“Não investimos na disputa de valores e da cultura como deveríamos fazer, na disputa de hegemonia. Essa disputa de hegemonia se dá pelos meios de comunicação, pela produção cultural, na Educação e na organização dos movimentos sociais”.

E conclui: “É importante criar núcleos de luta pela democracia e pela defesa dos direitos sociais contra o fascismo, nas universidades, escolas, locais de moradia. Precisamos ter uma agenda de visita aos bairros, comunidades, fábricas. Por tais razões o principal desafio do partido e de cada um de seus militantes, é o de se aproximar, dialogar e organizar a maioria do povo participando de suas lutas cotidianas”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *