Delegacia de Barreiros: 10 problemas e nenhuma solução

Por Raphael Guerra 

Trabalho da polícia está comprometido porque a Delegacia de Barreiros está em condições precárias. Foto: JC Imagem/Arquivo

Uma vistoria realizada na Delegacia de Barreiros, na Mata Sul de Pernambuco, constatou um cenário de verdadeiro caos e quase completo abandono. De acordo com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), pelo menos dez problemas considerados graves foram encontrados na unidade policial. O promotor de Justiça Júlio César Elihimas recomendou, “em caráter urgentíssimo”, uma reforma na delegacia e uma força-tarefa para agilizar as investigações de combate aos homicídios e tráficos de drogas que estão paradas porque inquéritos estão tomados por morfo.

A inspeção, no mês passado, comprovou os seguintes problemas: alagamento na unidade por problemas no telhado, infiltração nas paredes das salas, grande quantidade de morfo nas paredes, infiltrações no cartório onde estão os inquéritos policiais, falta de investigador e escrivão em quantidade suficiente, bens apreendidos em local com infiltrações, veículos apreendidos no interior da delegacia e má localização deles, celas com total incapacidade estrutural de manter presos durante a prisão em flagrante, paredes sujas, rachadas e com reboco caindo e inquéritos policiais com as capas com morfo.

Na recomendação enviada ao Governo de Pernambuco, à Secretaria de Defesa Social e à Polícia Civil de Pernambuco, o promotor Júlio César Elihimas afirma que “as infiltrações e a grande quantidade de morfo nas paredes e os morfos existentes nas capas dos inquéritos policiais não permitiram a análise dos inquéritos pelo Ministério Público”. Ele ainda cita que nos últimos anos, a equipe de policiais civis da unidade foi “completamente reformulada em decorrência de problemas disciplinares e indícios de participação dos policiais com a criminalidade local”.

O promotor solicitou, no prazo máximo de 30 dias, a reforma emergencial de todo o telhado da delegacia para a retirada de todos os pontos de infiltração/vazamento e para resolver o problema dos alagamentos nas salas e corredores da unidade. Pediu ainda o aumento do efetivo policial, com seis agentes e dois escrivães, e a força-tarefa para agilizar o andamento dos inquéritos.

ESTATÍSTICAS

De acordo com a Secretaria de Defesa Social, dois homicídios foram registrados no município de janeiro a abril deste ano. Ao longo de 2018, foram 16 assassinatos. Nos quatro primeiros meses deste ano, 46 crimes contra o patrimônio (roubos e furtos) foram contabilizados.

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