Humilhação, agonia e sofrimentos na Prefeitura de Curaçá (BA)

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Ação Popular

Durante a campanha política, candidatos sonham com o poder e fazem propostas como estivessem em pleno ritmo de uma marcha triunfal, sabendo eles ou não, que no poder todas as ações são limitadas.

No município de Curaçá, Bahia, a reportagem do Ação Popular observou pais de famílias que prestam serviços para a prefeitura passando por agonia nos corredores, querendo receber a remuneração dos seus serviços prestados pelo fornecimento de alimentos que estão há meses em atraso. “Estou com quatro meses sem receber. Hoje  vim cobrar e o secretário de Finanças mandou me retirar, me chamando de ‘cachorro’ pedindo para que eu fosse latir fora do recinto. Ele sempre dar a previsão de pagamento no dia 10 de cada mês, só que até o momento nada e ainda trata as pessoas dessa forma”, denuncia o fornecedor de carne e proprietário do Friboi, José Washington França Barbosa, conhecido como Washington do Gado.

Washington do Gado afirma que todos os fornecedores e contratados estão com seus pagamentos em atraso, passando por constrangimento. “Isso mesmo! A situação é de desespero. Eu fui obrigado a demitir funcionários, estou com o frigorífico falido, sem ter condições de pagar fornecedores, com cheques voltando, a minha situação é desoladora”, lamenta emocionado.

Casado, pai de dois filhos, com seu comércio estabilizado, antes de fornecer para o município, o Senhor Washington relata ainda sobre o martírio que vem sofrendo. “Conversei com o prefeito, disse que ia pagar, mas até agora nada. Nunca passei por um momento como este em minha vida, hoje infelizmente é o jeito me esconder dos cobradores que estão me ameaçando”.

Além do sofrimento, Ele afirma ainda que foi ameaçado na prefeitura em suspender a licitação devido à cobrança. “Caso isso venha a acontecer pretendo levar o caso à Câmara de Vereadores e ao Ministério Público. Eu forneço para as secretarias de educação e saúde – que o dinheiro chega certo todo mês sem atraso – e não entendo porque a Prefeitura não paga”.

Um determinado Senhor, que não quis se identificar, fez outra denuncia. “Antes do prefeito se eleger tinha um veículo que estava pagando em prestações. Aluguei para a Prefeitura, estou com vários meses sem receber e sem condições de pagar as prestações, e com o carro todo acabado. Antes eu vivia como cidadão mesmo sendo pobre, hoje não tenho coragem de me vê no espelho”, lamenta.

Segundo o presidente da Câmara, vereador Theodomiro Mendes (PR) não existe perspectiva de melhoria. “Além da prefeitura não pagar aos fornecedores e prestadores de serviços, que estão sofrendo ao longo desse tempo, o prefeito decidiu demitir centenas de pais de famílias. Como a prefeitura é o principal gerador de renda do município, todo o comércio está sofrendo sérias consequências. O pior é que a cada dia a situação se agrava, por causa desse desajuste administrativo. Infelizmente, todo tipo de noticiário que sai na grande imprensa sobre a nossa cidade é sobre coisas tristes ou em páginas policiais”, lamenta.

A reportagem do Ação Popular esteve na Prefeitura e tentou falar com o prefeito, mas foi informada que o mesmo se encontrava em Salvador.

 
 

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