disputa entre chineses e japoneses por ilhas no leste do Mar da China ganhou tensão extra neste sábado quando Pequim anunciou que tomaria “medidas de defesa de emergência” contra aeronaves que entrassem na área sem se identificar. Chamadas Diaoyu pelos chineses e Senkaku pelos japoneses, as ilhas estariam numa área considerada ricas em recursos energéticos. A medida levou o Japão a protestar.
A agência de notícias estatal chinesa Xinhua divulgou que as regras entraram em vigor neste sábado, e a força aérea chinesa já realizou sua primeira patrulha, que patrulha incluiu aeronaves de alerta precoce e de combatentes.
Xinhua também publicou um mapa e as coordenadas de uma recém-estabelecida “zona de identificação para defesa aérea do leste do Mar da China”. A zona cobre a maior parte do mar, inclusive as ilhas em disputa. A Xinhua também divulgou regras de identificação para aeronaves.
“As Forças Armadas chinesas adotarão medidas de defesa para responder às aeronaves que não se identifiquem ou que se recusem a seguir as instruções”, afirmou a agência de notícias, reforçando que as regras entram em vigor neste sábado.
A medida chinesa levou o Japão a apresentar um protesto à Embaixada da China em Tóquio. Segundo um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores japonês, o país reiterou a posição de que as ilhas são parte de seu território e que a ação chinesa não era aceitável.
“Delimitar o espaço aéreo de forma unilateral é uma escalada na situação das Ilhas Senkaku e pode levar a ações inesperadas”, disse o ministro das Relações Exteriores do Japão em comunicado.
Navios de patrulha dos dois países têm seguido de perto uns aos outros na região das ilhas, aumentando o temor de que a situação na área degenere num conflito. Em outubro, aviões chineses voaram perto de japoneses por três dias consecutivos. O Japão chegou a acionar jatos de guerra em resposta.
De acordo com as novas regras chinesas, as aeronaves que sobrevoem a área devem reportar os seu planos de voo ao Ministério das Relações Exteriores da China ou à administração de aviação civil do país. É necessário também manter contato por rádio e responder prontamente aos pedidos de identificação, além de deixar os radares ligados e portar de maneira clara a sua nacionalidade e registro.
Ainda segundo a agência de notícias Xinhua, o Ministério da Defesa da China é o órgão administrativo da área. As ilhas estão fora do espaço aéreo chinês, mas o seu estabelecimento tem base legal e estaria de acordo com práticas internacionais, afirmou um porta-voz do Ministério da Defesa chinês. Ele observou que outros países estabeleceram zonas similares.
– É uma medida necessária ao direito de autodefesa da China. Não há um alvo em particular e não afetará a liberdade de voo em espaço aéreo relevante.
Fonte: O Globo