Homem é barrado no transporte público por não usar máscara… em 1918

Por: Fernando Moreira

Em Seattle, homem é barrado em bonde por estar sem máscara

Em Seattle, homem é barrado em bonde por estar sem máscara Foto: National Archives

A imagem acima é de 1918, mas parece bem atual. Trata-se de um registro em Seattle (estado de Washington, EUA) durante a pandemia de gripe espanhola, que matou cerca de 50 milhões de pessoas no mundo – 675 mil nos EUA entre 1918 e 1919.

No flagrante, um homem é barrado de entrar num bonde por estar sem máscara no início do processo de flexibilização. A proteção virou “obrigação patriótica” no país.

“Quem usa não apenas se protege, mas também protege as outras pessoas. É obrigação moral”, disse à época o prefeito de Denver (Colorado).

Muitas cidades obrigavam funcionários a trabalhar de máscara, o que gerava reclamações quanto ao desconforto.

Em Seattle, homem é barrado em bonde por estar sem máscara

Em Seattle, homem é barrado em bonde por estar sem máscara Foto: National Archives
Datilógrafa trabalha com máscara em Nova York em outubro de 1918
Datilógrafa trabalha com máscara em Nova York em outubro de 1918 Foto: National Archives

Tal como agora, o uso da máscara estava longe de ser uma unanimidade nos EUA durante a pandemia. Milhares de manifestantes da Liga Anti-Máscara se reuniram em 1919 em São Francisco (Califórnia) para protestar contra a obrigação do uso da proteção e discutir meios legais de derrotá-la.

A guerra ficou mais acirrada. Jornais de Chicago (Illinois) estampavam em letras garrafais nas suas manchetes: “Pessoas sem máscara serão presas”. Um anúncio da Cruz Vermelha publicado em jornal de Oakland (Califórnia) dizia: “Qualquer homem, mulher ou criança sem máscara é um perigoso preguiçoso”.

Em 1918, policiais de Seattle vão às ruas de máscara

Em 1918, policiais de Seattle vão às ruas de máscara Foto: National Archives

Os diários noticiavam operações policiais para impedir o funcionamento de bares. Qualquer semelhança com 2020 não é mera coincidência.

A pandemia de coronavírus já matou 150 mil pessoas nos EUA desde março.

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