A imagem acima é de 1918, mas parece bem atual. Trata-se de um registro em Seattle (estado de Washington, EUA) durante a pandemia de gripe espanhola, que matou cerca de 50 milhões de pessoas no mundo – 675 mil nos EUA entre 1918 e 1919.
No flagrante, um homem é barrado de entrar num bonde por estar sem máscara no início do processo de flexibilização. A proteção virou “obrigação patriótica” no país.
“Quem usa não apenas se protege, mas também protege as outras pessoas. É obrigação moral”, disse à época o prefeito de Denver (Colorado).
Muitas cidades obrigavam funcionários a trabalhar de máscara, o que gerava reclamações quanto ao desconforto.
Tal como agora, o uso da máscara estava longe de ser uma unanimidade nos EUA durante a pandemia. Milhares de manifestantes da Liga Anti-Máscara se reuniram em 1919 em São Francisco (Califórnia) para protestar contra a obrigação do uso da proteção e discutir meios legais de derrotá-la.
A guerra ficou mais acirrada. Jornais de Chicago (Illinois) estampavam em letras garrafais nas suas manchetes: “Pessoas sem máscara serão presas”. Um anúncio da Cruz Vermelha publicado em jornal de Oakland (Califórnia) dizia: “Qualquer homem, mulher ou criança sem máscara é um perigoso preguiçoso”.
Os diários noticiavam operações policiais para impedir o funcionamento de bares. Qualquer semelhança com 2020 não é mera coincidência.
A pandemia de coronavírus já matou 150 mil pessoas nos EUA desde março.