Vale do São Francisco: Investimento rende frutos
Enquanto a Transposição do Rio São Francisco não é finalizada, a água do Velho Chico já faz milagre no Sertão (Foto: Acervo CBHSF)
Por Juliana Sampaio e Amanda Claudino
Enquanto a Transposição do Rio São Francisco não é finalizada, a água do Velho Chico já faz milagre no Sertão. No Vale do São Francisco, mais especificamente em Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), anualmente, são produzidos 43,8 milhões de toneladas de frutas. Somente as culturas de manga e uva são responsáveis por 96% e 99,9% das exportações do País, respectivamente, segundo balanço da Associação dos Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco (Valexport).
O resultado é fruto do investimento em perímetros irrigados, que tornaram a região a terceira maior produtora do mundo. Atualmente, atuam em projetos irrigados 3.331 produtores; sendo 2.732 em Petrolina e 599 em Juazeiro. Em cada hectare de produção de manga são gerados diretamente dois empregos. Já no de uva, o número dobra para quatro.
Ao todo, o Vale dispõe de 2,2 milhões de hectares de frutas. Apesar da alta participação no mercado exterior, o coordenador dos programas de exportação da Valexport, Tássio Lustoza diz que apenas 23% do que é produzido no Vale do São Francisco é destinado à exportação. O restante fica no Brasil. Em ambas as culturas, os principais destinos são Holanda, Estados Unidos e Reino Unido.
“Ano passado, 127 mil toneladas de manga saíram daqui e, no caso da uva, foram 51,5 mil toneladas”, contabilizou. Prioritariamente, a logística é realizada através dos Portos de Salvador, Pecém (CE) e Suape. Segundo a Valexport, em média, o transporte aos países duram em torno de dez dias. “No entanto, se algum comprador quiser a fruta em tempo menor, enviamos o produto por avião”, afirmou Lustoza.
Embora haja problemas com a estiagem, a expectativa é fechar 2013 nos mesmos patamares de 2012. “A ‘culpa’ de não crescermos é que o mercado interno está se tornando mais atrativo do que a exportação. O custo para enviar o produto para fora ainda é alto, pois é necessário investimentos caríssimos com fretes e certificações que o mercado externo exige, por exemplo”, apostou.
Mesmo assim, as vendas internacionais acontecem durante todo o ano, porém com maior relevância no segundo semestre. “As de uva ganham mais peso em outubro. Já as de manga, se intensificam em julho”, encerrou Tássio Lustoza.
Fonte: Folha de Pernambuco