Há 27 anos, Pablo Escobar era assassinado

Há 27 anos, o chefe do maior esquema de narcotráfico já visto era executado por oficiais — um dia após o aniversário

Wallacy Ferrari e Vanessa Centamori

Montagem em plano retrato contendo Pablo Escobar
Montagem em plano retrato contendo Pablo Escobar – Wikimedia Commons

Em 2 de dezembro de 1993, a força tarefa colombiana Search Bloc, em parceria com a agência de inteligência do Exército dos EUA, da CIA e da Administração de Repressão às Drogas, finalmente chegava na localidade de seu maior alvo. Foi nesse momento que o narcotraficante Pablo Escobar acabou sendo morto em um telhado, aos 44 anos de idade.

Iniciando a carreira criminal com pequenos golpes e contrabandos regionais, o reinado do chefe do Cartel de Medellín no ramo das drogas não apenas o fez um dos homens mais poderosos de seu país-natal, como o colocou, por sete anos consecutivos, na lista dos homens mais ricos do mundo feita pela Forbes, como informa a Época Negócios.

Contudo, engana-se quem acredita que o paradeiro de um dos criminosos mais conhecidos do mundo era de total conhecimento das autoridades; blindando-se e trocando de residência constantemente, os últimos momentos do El Patrón foram resultados de uma busca incessante — que contou com a ajuda indireta de pessoas presentes na intimidade de Escobar.

Foto pessoal de Escobar na companhia dos filhos e esposa, Victoria Eugenia Henao / Crédito: Divulgação/Art Films

Fuga e descoberta

Já fazia 16 meses desde que a Search Bloc, composta pela Polícia Nacional da Colômbia, dedicava-se exclusivamente a procurar o líder do tráfico, desde a fuga do chefão na prisão de La Catedral.

Na ocasião, o líder tinha medo da extradição aos EUA, além de perder suas regalias na transferência de penitenciária. Com isso, os capangas sequestraram o vice-ministro da Justiça, Eduardo Mendoza e o diretor da prisão, Coronel Hernando Navas Rubio para que Escobar escapasse, como noticia o History.

O desacordo com o governo colombiano resultou em uma extensa investigação que durou até o dia do aniversário do criminoso, em 1 de dezembro de 1993.

Segundo o livro de Mark Bowden, ‘Matando Pablo: a Caça ao Maior Fora da Lei do Mundo’, o chefe do crime comemorou o seu último ano de vida com maconha, um bolo de aniversário e vinho em uma de suas residências mais discretas em Medelín.

Porém, a própria comemoração serviu de motivo para alcançar Pablo; o Search Bloc, durante uma série de escutas telefônicas regionais, descobriu o paradeiro do mafioso ao interceptar uma ligação entre ele e o filho, Juan Escobar.

Na chamada, ele parabenizava o pai na data especial, relatando chateação pela impossibilidade de encontrá-lo, mas desejando muitos anos de vida — fato que, por fim, não ocorreu.

Oficiais do Search Bloc se reúnem ao lado de corpo de Escobar após fuzilamento / Crédito: Wikimedia Commons

Debate sobre a morte

A operação de busca iniciava um dia após o aniversário de Escobar; com a casa totalmente cercada, alguns membros do Search Bloc arrombaram a porta. Foi aí que o criminoso e um dos seus guarda-costas tropeçaram pela janela de trás para um telhado de azulejos laranja. O senhor da droga colombiano foi atingido com uma bala, que adentrou o ouvido direito e o matou instantaneamente.

“Viva Colômbia!”,  gritou um soldado da força-tarefa que o caçava quando os tiros cessaram. “Acabamos de matar Pablo Escobar!”. O crédito pela morte de Escobar foi dado oficialmente ao Search Bloc, porém, circularam rumores de que um grupo de inimigos do narcotraficante, uma organização conhecida como Los Pepes, havia ajudado no extermínio do chefão.

Em 2008, foram divulgados documentos da CIA, com informações bem reveladoras. Segundo o texto, o general Miguel Antonio Gomez Padilla, diretor geral da Polícia Nacional da Colômbia, havia trabalhado com Fidel Castano, o líder paramilitar de Los Pepes. Castano era um inimigo de Escobar, então tinha tudo para querer matá-lo.

Contudo, a família do criminoso apontou outra explicação para a morte de Pablo Escobar; recusando-se a acreditarem que ele foi derrubado pela polícia, dois irmãos do chefe do crime insistiram que ele havia cometido suicídio.

A versão dos parentes alega que o local de sua ferida fatal era a prova de que ela havia sido feita pelo próprio mafioso.

Fonte: Aventura na História

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