De urina para branquear os dentes a fezes como adubo: 6 práticas bizarras dos antigos romanos
O Império Romano deixou inúmeras contribuições para a humanidade. Mas nem todas sobreviveram
Numa época em que o saneamento ainda estava longe de ser básico, os antigos romanos se viravam como podiam para se verem livres de seus dejetos, empregando-os de maneiras peculiares, para dizer o mínimo. Os stercorarii, ou coletores de cocô, compravam e vendiam fezes ao longo do vasto império, uma atividade aparentemente bem lucrativa.
Um dos imperadores, Vespasiano, instituiu até uma taxa sobre a coleta de urina. Por conta disso, até hoje os mictórios públicos são chamados de vespasiennes na França e vespasiani na Itália. Sua justificativa, Pecunia Non Olet, parece lema de algum brasão importante, mas só quer dizer que dinheiro não fede.
Aqui, listaremos algumas dessas estranhas práticas de sustentabilidade.
1. Clareador dental
Não, você não está lendo errado. A amônia presente na urina é excelente para remover manchas, e os habitantes de um dos maiores e mais impressionantes impérios da história humana usavam para removê-las de seus dentes. Relatos contam sobre romanos que faziam bochecho com urina tanto humana quanto animal, a fim de ter um sorriso mais brilhante.
2. Cultivo de frutas mais suculentas
A composição química da urina humana também a torna útil para o crescimento de frutas, e os romanos sabiam bem disso. Os romãs, principalmente, tinham como seus regadores, muitas vezes, o próprio sistema excretor, ajudando-os a crescer fortes.
3. Lavagem das togas
Os romanos tinham a sua própria versão da máquina de lavar, com um leve adicional insólito: uma pessoa entrava com a roupa a ser lavada numa tina de urina. Então, pulava algumas vezes, como uma máquina batendo roupas. Graças à amônia, as togas ficavam branquinhas e brilhantes, como novas.
4. Cura de animais doentes
A medicina veterinária também foi um campo que evoluiu bastante nos últimos milênios. Ainda bem, caso contrário ainda estaríamos tratando ovelhas, abelhas e aves com urina humana. Se o problema da pobre ovelha era respiratório, a urina lhe era administrada pelo nariz.
5. Curtição de couro
Os romanos podiam ter hábitos esquisitos, mas tudo tem limite. A única curtição que envolvia excrementos era a de couro. Primeiro, a peça era submersa em urina para remoção de pelos e cabelos ainda remanescentes até que, depois, eles passavam fezes — geralmente de cachorro, mas, na falta dessa, humanas mesmo — por horas para amolecer o couro.
6. Fertilizante
Esse é um dos usos mais óbvios, e a prática, pode-se ver, é antiga. Além de urinar nas frutas para que crescessem mais, os romanos também usavam seus excrementos para adubar a terra. Isso era efetivo, mas também facilitava a proliferação e disseminação de doenças.