Há 124 anos, Bram Stoker lançava o clássico Drácula 

O romance de terror gótico do autor irlandês foi responsável por inovar o gênero literário

Victória Gearini
Cena clássica do filme Drácula (1931)
Cena clássica do filme Drácula (1931) – Divulgação / Universal Pictures

Publicada originalmente em 1897, a famosa obra Drácula, do escritor irlandês Bram Stoker, ainda hoje é considerada um dos maiores clássicos de terror da literatura mundial.

Ao longo dos anos, ela foi adaptada para os cinemas e influenciou a cultura popular ao redor do mundo, sendo amplamente reverenciada desde o século 19, quando o livro foi publicado pela primeira vez.

Sobre o autor

Considerado um dos mais brilhantes romancistas de sua geração, Bram Stoker estava prestes a completar 50 anos, quando lançou o clássico Drácula, que conta a história de um tenebroso vampiro.

Nascido em Dublin, o escritor era formado em Matemática, mas nunca chegou a exercer a profissão. Desde cedo sua paixão pelo teatro falou mais alto, o que o levou a se tornar crítico teatral do Dublin Evening Mail.

Bram Stoker, autor de Drácula / Crédito: Domínio Público

De acordo com a Galileu, Drácula foi a quinta obra lançada pelo irlandês. Escrito a partir de cartas, atualizações em diários e de notícias em jornais, o livro apresenta uma história envolvente e eletrizante com teor sobrenatural.

Ainda segundo o site, a obra foi considerada violenta, escandalizando a sociedade daquele período. Na época, o jornal britânico Manchester Guardian chegou a classificar o livro como “grotesco demais” e “um erro artístico ao preencher todo um volume com horrores”.

Drácula foi o primeiro a falar sobre vampiros?

Conforme a Galileu, existem evidências que mostram que o romance de Bram Stoker não foi o primeiro a retratar o universo de vampiros. Em 1872, o chefe do autor, Sheridan Le Fanu, já havia publicado uma novela de terror, intitulada “Carmilla”. A trama conta a história da primeira vampira que se tem conhecimento.

Cena clássica do filme Drácula (1931) / Crédito: Divulgação / Universal Pictures

Além disso,  acredita-se que o médico londrino John Polidori, escreveu, em 1816, uma história sobre sugadores de sangue. Na ocasião, o poeta Lord Byron propôs aos seus convidados — entre eles Mary Shelley, autora de Frankenstein: ou o Prometeu moderno e o poeta Percy Shelley — que escrevessem uma história de terror.

Naquela noite de tempestade, todos escreveram histórias assustadoras, mas o anfitrião Byron teria roubado a história de John Polidori. Mais tarde, a obra foi intitulada de “O Vampiro”.

Se voltarmos ainda mais no tempo, podemos perceber referências vampirescas ainda na Europa continental, com a obra “A Noiva de Corinto”, de Johann Wolfgang Von Goethe, publicada em 1797.

A real inspiração

A influência de Bram Stoker para a literatura moderna é inestimável. Portanto, ao longo dos séculos, muito se especulou sobre a origem e inspiração para dar vida ao personagem principal.

Bela Lugosi de conde Drácula / Crédito: Divulgação / Universal Pictures

Em 2020, o historiador e membro do grupo Sligo Stoker Society, Marion McGarry, disse que o autor teria se inspirado no surto de cólera ocorrido na Irlanda durante o século 19. Para o especialista, a inspiração teria surgido a partir de uma sobrevivente da epidemia, chamada Charlotte Thornley.

Conforme as pesquisas do historiador, Stoker teria feito uma pesquisa minuciosa sobre o surto de cólera, responsável por matar diversas pessoas na época.

Já segundo a Galileu, o autor pode ter se inspirado em Vlad Tepes, um sanguinário príncipe da Valáquia — território que hoje em dia corresponde à Romênia. Sabe-se que o tirano tinha o costume de matar seus prisioneiros de maneiras insólitas.

Embora a verdadeira inspiração de Stoker ainda seja um mistério, sabe-se que sua influência para o gênero terror e suspense é incomparável, motivo que o consagrou como um dos maiores escritores do século 19.

 

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