Erundina: alianças do PSB não têm coerência

 

Socialista afirmou que há uma intenção em Eduardo Campos em contribuir para que as coisas se deem de maneira diferente (Foto: Reprodução/Web)

Integrante do PSB, sigla comandada nacionalmente pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, a deputada federal Luiz Erundina (SP) afirma, em entrevista à Folha de S. Paulo, que não existe “coerência política” nas alianças regionais que seu partido tem fechado para fortalecer a pré-candidatura de Campos à Presidência da República. Durante a entrevista, que aborda o fato de o PSDB de Pernambuco ter aderido ao governo Campos, a socialista critica a natureza das decisões e diz que elas não passaram pela Executiva nacional do PSB. No entanto, ela diz que “há uma intenção de Campos em contribuir para que as coisas se deem de maneira diferente”.

Confira, abaixo, a entrevista de Luiz Erundina:

Folha – Em que medida a entrada do PSDB no governo de Eduardo Campos altera o acordo entre PSB e Rede?
Luiza Erundina – Cada caso é fruto do sistema político exaurido, esgotado em responder às demandas da sociedade. Mantemos regras, normas e sistemas partidários e eleitorais defasados, sem identidade, e isso explica esse caos que existe nas políticas de alianças locais. A certeza que tenho é que não há coerência política a ponto de se conseguir dar unidade a alianças que podem ser reproduzidas no resto do país.

PSDB e PSB acordaram possíveis alianças em Pernambuco, Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Sul e São Paulo. Qual é o limite para esses acordos acontecerem?
Isso já está dado. O processo já andou tanto, as conversas já se deram com tanta frequência e não passaram pelas direções partidárias. Marina Silva insiste em encaminhar as coisas de outra forma, mas é uma tentativa muito recente. A junção entre PSB e Rede é salutar, é a construção coletiva de um processo novo e vamos acumular para, se não for nessa eleição, introduzir algo novo num futuro que espero ser próximo.

O presidente estadual do PSB-SP, Márcio França, articula há meses um acordo para ser vice na chapa de Geraldo Alckmin. Mas interlocutores dizem que Marina e Campos conversaram e que essa possibilidade agora “tende a zero”.
A partir da aliança PSB-Rede esse quadro se encontra mais complicado.

É mais importante o PSB ter um candidato próprio ou se aliar ao PSDB de Alckmin?
Defendo candidatura própria junto com a Rede para construir uma nova força política e quebrar a polarização PT-PSDB, que é artificial, já que os dois partidos têm muita identidade do ponto de vista de alianças e propostas políticas. Precisamos introduzir novos elementos para renovar a política brasileira. Essa história de palanque duplo, palanque triplo é um absurdo, é contribuir para esse quadro político caótico.

A senhora está disposta a ser candidata ao governo de SP?
É um processo complexo, e não podemos colocar as coisas nesses termos, para não quebrar a unidade PSB-Rede.

As posturas de Marina e Campos frente à política de alianças não são contraditórias?
Não. Há uma intenção de Campos em contribuir para que as coisas se deem de maneira diferente, mas a lógica eleitoral se superpõe a tudo. Somos vítimas dessa lógica.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *