Harvey Milk: o ativista gay homenageado pela Marinha dos EUA décadas depois de ser banido

Navio USNS Harvey Milk
Embarcação é um dos seis novos navios que receberam o nome de famosos líderes dos direitos civis

A Marinha dos Estados Unidos batizou um navio com o nome de um ativista gay que foi forçado a deixar o serviço militar por causa de sua orientação sexual na década de 1950.

O USNS Harvey Milk foi lançado em San Diego no sábado (6/11) em uma cerimônia com a presença do secretário da Marinha, Carlos Del Toro, e do sobrinho de Milk, Stuart.

A embarcação é um dos seis novos navios que receberam o nome de famosos líderes dos direitos civis dos Estados Unidos.

Outros incluem o ex-presidente da Suprema Corte Earl Warren, o candidato presidencial assassinado Robert Kennedy e a ativista pelos direitos das mulheres Sojourner Truth.

Milk serviu como oficial de mergulho e tenente a bordo do navio de resgate submarino USS Kittiwake durante a Guerra da Coréia.

Mas ele foi forçado a deixar o serviço após duas semanas de interrogatório sobre sua sexualidade em 1955.

‘Injustiça’

Milk durante sua campanha para o Conselho de Supervisores de São Francisco
Milk se tornou um dos primeiros políticos abertamente homossexuais nos EUA

Depois de deixar o serviço militar, Milk se tornou um dos primeiros políticos abertamente homossexuais nos Estados Unidos e foi eleito em 1977 para o Conselho de Supervisores de São Francisco.

Mas, um ano depois, ele foi baleado e morto por Dan White, um ex-supervisor da cidade com quem havia entrado em confronto com frequência.

Milk estava usando a fivela de seu cinto da Marinha quando foi assassinado.

Sua vida foi retratada em um filme de 2008 que leva seu nome e foi protagonizado pelo ator Sean Penn.

Falando na cerimônia, o secretário Del Toro disse que foi errado Milk ter sido forçado a “esconder uma parte muito importante de sua vida” durante seu tempo na Marinha.

Retrato de Milk com traje militar
Milk serviu na Marinha americana durante a Guerra da Coréia

“Por muito tempo, marinheiros como o tenente Milk foram forçados a viver nas sombras ou, pior ainda, expulsos de nossa amada Marinha”, disse Del Toro.

“Essa injustiça faz parte da história da Marinha, mas também o é a perseverança de todos os que continuam a servir em face da injustiça.”

Quando o governo de Barack Obama anunciou pela primeira vez sua intenção de batizar um navio com o nome de Milk em 2016, alguns expressaram oposição à medida.

Eles sugeriram que Milk teria desaprovado o uso de seu nome em navio da Marinha, dada sua conhecida oposição à Guerra do Vietnã.

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