Opinião: Humberto quer presidir o Senado

Opinião

Sem ninguém para competir internamente no PT em Pernambuco, o senador Humberto Costa pinta e borda. Forte nas pesquisas, mas sem poder no partido, a deputada Marília Arraes não opina em absolutamente nada. É uma andorinha que não faz verão. No PT pernambucano, tudo se move em torno dele, o poderoso senador. Alijado da disputa a governador, Humberto criou para si uma escadinha para pendurar os candidatos que poderia chamá-los de seus.

Diferente da escolinha de Chico Anysio, que fazia a diversão do povo como gênio do riso em seu programa global, a escadinha de Humberto é um sorriso apenas para ele. Numa escalada de estabanada aventura e sede de poder, indicou o inexpressivo deputado federal Carlos Veras candidato a senador na chapa de Danilo Cabral, que deve ser confirmado na disputa pela sucessão de Paulo Câmara.

Tudo tem propósito e fins no ensandecido senador. Para o lugar de Veras, remanescente do movimento sindical do Pajeú, que abre a vaga para deputado federal na chapa do PT, já escalou o presidente estadual do PT, Doriel Barros, atualmente deputado estadual. Alçando voo federal, Doriel abre, consequentemente, espaço na disputa pela sua vaga na Assembleia para um assecla de Humberto, Wedson Galindo, que nem as paredes da sede estadual do PT conhecem.

Na escalada ambiciosa de Humberto em busca do poder pelo poder, a boa nova que descobri, ontem, com fontes da Executiva Nacional do PT em Brasília: tão logo Lula seja eleito presidente, que dá como favas vencidas, Humberto vai se lançar em campanha pela Presidência do Senado. Com mais quatro anos de mandato, acha-se no direito, inclusive usando a prerrogativa de ser senador veterano do PT e amigo de Lula, de emplacar o comando do Senado.

“Humberto sonha 24 horas em ser presidente do Senado”, disse essa mesma fonte. Para Humberto, poder pouco não satisfaz. É como uma droga: exige sempre doses maiores. Não sabe ele que a ambição desenfreada por poder se revela no mesmo erro que a ganância em relação à riqueza.

O poder, com excesso de abuso, como tem revelado Humberto, perde o encanto. A ambição é a mais forte de todas as paixões e é essa paixão avassaladora que tem movido o senador petista. Poderia deixar de ser olho grande e se inspirar em Camilo Castelo Branco, escritor português e dramaturgo, que ensinou que não é o poder absoluto que é belo. Belo é o poder moderador dos delitos do coração.

Por: Magno Martins

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