A notícia que mais animou o torcedor do Fluminense para a partida contra o Junior Barranquilla, às 21h30, pela Sul-Americana, foi a confirmação da presença de Paulo Henrique Ganso. Poupado da estreia no Brasileiro, no fim de semana, o camisa 10 sempre foi muito cercado de expectativas pela torcida. Mas, nesta temporada, ele de fato ganhou importância para a equipe que nunca teve antes. Uma reviravolta em sua passagem pelo clube tricolor que muitos já não esperavam mais.
Ganso não virou o principal jogador do Fluminense. Mas passou a ter mais protagonismo. No Campeonato Carioca, onde foi um dos destaques na decisão contra o Flamengo, o meia foi o maior garçom do time (com três assistências, ao lado de Yago e Jhon Arias), o segundo com mais assistências para finalização (14, uma a menos que Arias) e o sexto em passes certos (277).
A utilização de Ganso no Fluminense só não é maior do que em 2019, seu primeiro ano de clube e o único até então em que ele tinha sido titular. Nestes pouco mais de quatro meses de 2022, o meia soma 531 minutos em campo. Já é mais do que a metade da minutagem dele ao longo de toda a temporada de 2021 (1.000) e de 2020 (894).
Abel demorou a dar uma chance a Ganso. Não gostou da forma física do jogador na volta das férias e chamou sua atenção. Ele só entrou em campo pela primeira vez no sexto jogo da temporada. Mas agradou tanto que levou o técnico a mudar o esquema. A equipe, que jogava com três atacantes, passou a atuar com dois para tê-lo como meia de ligação.
Sua ausência contra o Santos foi sentida. Nathan, o outro armador da equipe, não correspondeu. E o Fluminense sofreu para achar espaços diante de um adversário extremamente compactado em sua própria área.
— Pelo momento que ele está atravessando poderia ser um pouco diferente — disse Abel após o empate sem gols. — Nesses últimos jogos, como o crescimento com a equipe deu-se com ele… Ele tem uma clarividência muito grande. Não é de intensidade, mas é de uma inteligência muito rara.