Velha Tática: Após “esculacho” de Fachin, Bolsonaro diz que “não atacou urnas”

Sempre tentando confundir, presidente disse que “resultado das eleições não é limpo” e instou seguidores “a se armarem para resistir”. Agora faz recuo teatral e nega o óbvio

Créditos: Foto: Anderson Riedel/PR

As ações atitudes de Jair Bolsonaro se tornam cada vez mais previsíveis à medida que as repetidas e batidas táticas adotadas para tumultuar o ambiente político no país se repetem. Nesta quinta-feira (12), como se nada tivesse acontecido no dia anterior, após afirmar que “os resultados das eleições no país não são limpos” e de instigar seus fanáticos seguidores “a se armarem para resistir”, o presidente de extrema direita afirmou que “não atacou as urnas eletrônicas” e que “ninguém está incorrendo em atos antidemocráticos”. No entanto, o recuo não foi à toa.

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que ainda ocupa o posto de presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), após o show de horrores protagonizado pelo ocupante do Palácio do Planalto durante uma feira agrícola em Maringá (PR) na tarde de quarta-feira (11), resolveu dar uma resposta dura ao discurso golpista do chefe do Executivo, e colocou “o bode na sala”.

“A Justiça Eleitoral está aberta a ouvir, mas jamais está aberta a se dobrar a quem quer que seja (que pretenda) tomar as rédeas do processo eleitoral. Além disso, a contribuição (dos militares) que se pode fazer é de acompanhamento do processo eleitoral. Quem trata de eleição são forças desarmadas, e, portanto, as eleições dizem respeito à população civil, que de maneira livre e consciente escolhe seus representantes”, disparou o magistrado da corte mais alta do Judiciário brasileiro, sem medir palavras.

“enquadro” deixou Bolsonaro nu, já que Fachin se adiantou em relação à inércia dos outros membros do TSE e do STF e resolveu dizer abertamente que as Forças Armadas não participarão de nada na eleição que não seja na logística ou acompanhando os resultados, como qualquer outra entidade interessada. Só faltou o ministro perguntar o líder extremista “e então, você vai fazer o quê?”.

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