ABL: 40 curiosidade sobre instituição fundada por Machado de Assis há 125 anos
André Bernardo
Quem entra no Petit Trianon, sede da Academia Brasileira de Letras (ABL), na Avenida Presidente Wilson, no Centro do Rio, não imagina que, por quase 30 anos, a instituição não teve endereço certo. A sessão inaugural, realizada no dia 20 de julho de 1897, com direito a discurso de posse de Machado de Assis (1839-1908), aconteceu no Pedagogium, um centro cultural na Rua do Passeio.
A cerimônia reuniu 16 dos mais importantes escritores da época, como Joaquim Nabuco (1849-1910), Artur de Azevedo (1855-1908) e Olavo Bilac (1865-1918). Itinerante, o grupo se reunia, às vezes, na redação da Revista Brasileira, na Travessa do Ouvidor, 31; outras vezes, no escritório do advogado Rodrigo Octavio (1866-1944), na Rua da Quitanda. “Somos imortais porque não temos onde cair mortos”, gracejou Bilac.
A tão sonhada sede própria, um charmoso palacete em estilo neoclássico, só foi doada à instituição em 1923 pelo governo francês. Foi construído no ano anterior para as comemorações do centenário da Independência do Brasil, no Rio de Janeiro. O Petit Trianon é uma réplica fiel do prédio de mesmo nome que o rei Luís 15 (1710-1774) mandou construir em Versalhes no século 18 para sua amante, a cortesã Jeanne-Antoinette Poisson, a Madame de Pompadour (1721-1764).
No dia em que a ABL completa 125 anos, a BBC Brasil lista 40 curiosidades (o mesmo número de cadeiras da instituição), como o mandato mais curto (e o mais longo), o acadêmico mais traduzido, a eleição mais disputada, o candidato mais vezes recusado, o notável que foi eleito, mas não tomou posse e o imortal que pediu desligamento da academia, entre outras.
1. Machado de Assis nasceu no Morro do Livramento (RJ). De origem humilde, o primeiro presidente da ABL era filho de um pintor, Francisco José, e de uma lavadeira, Maria Leopoldina. Gago e epilético, publicou Três Tesouros Perdidos, o primeiro de seus mais de 200 contos, no jornal Marmota Fluminense, em 1858. Ao longo da carreira, teve mais de 20 pseudônimos, como Victor de Paula, João das Regras e Boas Noites.
2. No jardim do Petit Trianon carioca, uma escultura em bronze de Machado de Assis, de autoria de Humberto Cozzo (1900-1981), recebe os visitantes. O acervo da academia, conhecida como “Casa de Machado de Assis”, abriga, entre outros objetos pessoais do escritor, o pincenê (óculos sem haste), a escrivaninha, o tabuleiro de xadrez e o famoso fogareiro onde, reza a tradição, ele incinerava os manuscritos de que não gostava.
3. O “Bruxo do Cosme Velho”, apelido dado por Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) a Machado, não fundou a ABL sozinho. A ideia de criar uma academia literária, nos moldes da francesa, partiu do advogado e jornalista Lúcio de Mendonça (1854-1909). Cada fundador escolheu um patrono para sua cadeira. Machado de Assis, o dono da cadeira 23, optou por José de Alencar (1829-1877), e Lúcio de Mendonça, da cadeira 11, por Fagundes Varela (1841-1875).
4. A obra de Machado, que morreu sem realizar o sonho de conhecer a Europa, foi traduzida para 35 idiomas. Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), sua obra-prima, virou Epitaph of a Small Winner (Epitáfio de Um Vencedor Medíocre) em inglês, Mémoires d’Outre-Tombe de Braz Cubas (Memórias de Além-Túmulo de Brás Cubas) em francês e En Vranten Herres Betragtninger (Considerações de Um Rabugento) em dinamarquês.
5. Machado de Assis não é o imortal da ABL com mais livros traduzidos. Esse título pertence, segundo levantamento da Unesco, a Paulo Coelho. Segundo o Index Translationum, o autor de O Alquimista (1988) ocupa o primeiro lugar no ranking dos autores de língua portuguesa com 1.098 títulos. Jorge Amado (1912-2001) aparece na terceira colocação, com 421 livros, e Machado de Assis na 10ª, com 97.
6. Em 2011, Woody Allen recebeu um pacote enviado pelo correio por um remetente brasileiro. Dentro dele, um exemplar de Memórias Póstumas de Brás Cubas: “Você vai gostar disso!”, dizia um bilhete. Como o livro tinha poucas páginas, leu. Se fosse grosso, admitiu, teria jogado fora. “Fiquei surpreso com a leitura”, declarou o cineasta americano ao jornal britânico The Guardian, “ao mesmo tempo divertida e encantadora”.
7. A ABL já teve 48 presidentes. O primeiro deles foi Machado de Assis (entre 1897 e 1908, ano de sua morte) e o atual, Merval Pereira (tomou posse em 2022). Apenas quatro — Afonso Celso (1860-1938), Fernando Magalhães (1878-1944), Gustavo Barroso (1888-1959) e Marcos Vilaça — ocuparam o posto em mais de uma ocasião. Duas mulheres presidiram a instituição: Nélida Piñon, em 1997, e Ana Maria Machado, de 2012 a 2013.
8. Austregésilo de Athayde (1898-1993) foi o acadêmico que passou mais tempo no poder: 34 anos, de 1959 a 1993. Durante sua gestão foi construído, entre 1958 e 1961, o mausoléu da ABL, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, e inaugurado, no dia 20 de julho de 1979, o prédio de 29 andares que leva seu nome, ao lado do Petit Trianon. Por causa do mausoléu da ABL, ganhou o apelido de “Austregésilo de Ataúde”.
9. Por sugestão de Lúcio de Mendonça, o nome de Júlia Lopes de Almeida (1862-1934) foi indicado para fazer parte do quadro de fundadores da ABL, mas os demais acadêmicos não aceitaram. A cadeira que, por direito, deveria ser dela foi cedida ao marido, o português Filinto de Almeida (1857-1945). “Não era eu quem devia estar lá”, desabafou o imortal em entrevista ao jornalista João do Rio (1881-1921), em 1905. “Era ela.”
10. A ABL levou 80 anos até eleger sua primeira mulher: Rachel de Queiroz (1910-2003). Em 1977, ela disputou a cadeira 5 com Pontes de Miranda (1892-1979) e levou a melhor: 23 votos a 15. Quando lançou seu primeiro romance, O Quinze (1930), Rachel de Queiroz enfrentou a desconfiança de críticos e escritores. “É pilhéria!”, desdenhou Graciliano Ramos (1892-1953). “Deve ser pseudônimo de sujeito barbado!”
11. Até hoje, a ABL só elegeu nove mulheres, incluindo a pioneira Rachel de Queiroz: Dinah Silveira de Queiroz (1980), Lygia Fagundes Telles (1985), Nélida Piñon (1989), Zélia Gattai (2001), Ana Maria Machado (2003), Cleonice Berardinelli (2009), Rosiska Darcy de Oliveira (2013) e Fernanda Montenegro (2022). Considerando o número de acadêmicos que já passaram por lá, a presença feminina corresponde a apenas 3,5% do total.
12. Nélida Piñon foi a primeira acadêmica a presidir a ABL. E mais: no ano de seu centenário, em 1997. Candidata única ao cargo, teve votos de 38 dos 39 acadêmicos. A única que, curiosamente, não votou nela foi Rachel de Queiroz: uma crise de labirintite a impediu de comparecer à votação. Mas, se dependesse de Rachel, o presidente da ABL no ano de seu centenário teria sido José Sarney, o atual decano da instituição.
13. O número de negros na ABL é ainda menor do que o de mulheres: Domício Proença Filho, eleito em 2006, e Gilberto Gil, em 2021. Em 2018, Conceição Evaristo tentou, mas não conseguiu se eleger. Teve apenas um voto contra 22 de Cacá Diegues. De nada adiantaram, entre outras iniciativas, a campanha no Twitter usando a hashtag #ConceiçãoEvaristonaABL e uma petição com 25 mil assinaturas.
14. “Cadeira 41” é um ciclo de palestras dedicadas a autores que nunca ingressaram na ABL, como Graciliano Ramos, Carlos Drummond de Andrade e Clarice Lispector (1920-1977). Em bilhete escrito a Lygia Fagundes Telles, no ano de sua morte, a ucraniana naturalizada brasileira admitiu que, apesar do respeito que tinha pela academia, “jamais aceitaria entrar nela”. “A gente dá um espirro, e já pensam que estamos morrendo”, explicou.
15. A ABL é constituída por 40 membros efetivos e perpétuos. Quando um acadêmico morre, sua cadeira é declarada vaga, e os escritores que quiserem ocupá-la terão dois meses para se candidatar. Primeiro, devem enviar uma carta ao presidente, oficializando sua candidatura. E, depois, iniciar sua campanha buscando, voto a voto, a vitória. Os imortais são eleitos mediante votação secreta. Terminada a disputa, as cédulas são incineradas.
16. Quem deseja ingressar na ABL precisa ser brasileiro e ter um livro publicado. Contando assim, até parece fácil, mas nomes consagrados como Monteiro Lobato (1882-1948) deram com a cara na porta. Tentou, sem sucesso, em 1922 e 1926. Em 1944, foi indagado se teria interesse de ser indicado pela instituição. Quando soube da presença de Getúlio Vargas (1882-1954), que o prendera em 1941, retirou sua candidatura: “É o maior ninho de intrigalha do mundo”.
17. Em 1980, Mário Quintana (1906-1994) anunciou sua candidatura à vaga aberta aberta pela morte de Otávio de Faria (1908-1980). Perdeu por 31 a 6 para o ex-ministro da Educação do governo João Figueiredo, Eduardo Portella (1932-2017). Abalado, o poeta gaúcho deu entrada numa clínica de repouso em Porto Alegre. O recorde de recusas, porém, pertence a outro poeta: Jorge de Lima (1893-1953). Quatro vezes candidato e jamais eleito.
18. Certa ocasião, um poeta inconveniente visitou o acadêmico Afonso Celso e pediu que, assim que surgisse uma vaga, votasse nele. “Não posso empenhar minha palavra, tal como deseja meu caro amigo”, respondeu o imortal. “A futura vaga pode ser a minha, o que me poria na posição de não poder cumprir com minha palavra, coisa a que jamais faltei em toda a minha vida.”
19. A ideia de abrir as portas da ABL para “notáveis” partiu de Joaquim Nabuco (1849-1910). “Não devem ser muitos, mas alguns devemos ter”, justificou. Em 1898, Nabuco sugeriu a Machado o nome do Barão do Rio Branco (1845-1912). “Mas, o barão não tem livro publicado!”, argumentou o presidente da Casa. “Rio Branco está escrevendo o mapa do Brasil”, rebateu Nabuco. E o chanceler virou imortal.
20. Outros “notáveis” que vestiram o fardão da academia: o inventor Santos Dumont (1873-1932), o empresário Assis Chateaubriand (1892-1968) e o cirurgião plástico Ivo Pitanguy (1923-2016). Uma curiosidade: o “pai” da aviação foi eleito em 4 de junho de 1931, mas não tomou posse. Suicidou-se em 23 de julho de 1932.
21. A mais disputada eleição da história da ABL aconteceu no dia 21 de agosto de 2008. Vinte e um candidatos, como o escritor Antônio Torres, o desenhista Ziraldo, a historiadora Isabel Lustosa e o crítico literário Fábio Lucas, disputaram a cadeira 23, que pertenceu à escritora Zélia Gattai (1916-2008). O escolhido foi o jornalista e crítico de música clássica Luiz Paulo Horta (1943-2013).
22. Quando Luiz Paulo Horta morreu, cinco anos depois de tomar posse, quem assumiu sua vaga foi Antônio Torres, que disputou com ele em 2008. À época, o “sonho de consumo” da academia era o crítico literário Antônio Cândido (1918-2017), que não aceitou o convite de jeito nenhum. “Tenho um grande apreço pela Academia, tenho grandes amigos lá, mas não tenho espírito acadêmico”, justificou.
23. Antes de ingressar na ABL, em 1967, Guimarães Rosa (1908-1967) serviu como cônsul-adjunto em Hamburgo. Tabagista incorrigível, acordou, certa noite de 1941, com vontade de fumar. Como não havia cigarro em casa, saiu para comprar. Estava na rua quando ouviu a sirene de ataque aéreo e correu para o abrigo mais próximo. Pela manhã, ao voltar para casa, descobriu que o prédio onde morava havia sido bombardeado.
24. Em 8 de agosto de 1963, Guimarães Rosa foi eleito para a ABL, mas, supersticioso, adiou ao máximo sua posse. Achava que morreria tão logo entrasse lá. Em 16 de novembro de 1967, durante seu discurso inaugural, declarou: “A gente morre é para provar que viveu”. Três dias depois, fumante, cardíaco e sedentário, não resistiu a um infarto. “Viver é muito perigoso: sempre acaba em morte”, diria Riobaldo em Grande Sertão: Veredas (1956).
25. Nenhum acadêmico fez parte por tanto tempo da ABL quanto Carlos Magalhães de Azeredo (1872-1963). Entre os fundadores, era o mais jovem: tinha 25 anos, em 20 de julho de 1897. E tornou-se, também, o último deles a morrer, em 4 de novembro de 1963, aos 91 anos. Foi imortal por 66 anos, 9 meses e 7 dias. Quem chegou mais perto dele foi Barbosa Lima Sobrinho (1897-2000), de 1937 a 2000. Ou seja, 63 anos, 2 meses de 18 dias.
26. Medeiros e Albuquerque (1867-1934) foi o criador, em 1910, do famoso fardão verde-oliva da academia. O dinheiro para bancar o traje de gala da instituição, usado nas cerimônias de posse, não sai do bolso do novo acadêmico. É doado, segundo a tradição, pelo governo do estado natal do imortal eleito e custa algo em torno de R$ 70 mil. Alguns imortais, como Assis Chateaubriand, o Chatô, foram sepultados com seus fardões.
27. Eleito em 7 de maio de 1910, João Paulo Alberto Coelho Barreto, o João do Rio (1881-1921), foi o primeiro acadêmico a tomar posse usando o famoso “fardão dos imortais”. Quando Rachel de Queiroz venceu a eleição de 4 de agosto de 1977, os acadêmicos polemizaram: calça ou vestido? A própria Rachel pôs fim às especulações. “Decidi usar longo”, mandou avisar.
28. Ao longo das décadas, poucos acadêmicos ousaram pedir desligamento da ABL. Rui Barbosa (1849-1923) foi um deles. O motivo de sua saída teria sido a anulação de seu voto na eleição de Dom Silvério Gomes Pimenta (1840-1922). Impossibilitado de comparecer à votação, Rui enviou seu voto por carta. Como não residia fora do Rio, não foi computado. Além disso, contrariou o estatuto que defende o voto secreto. Magoado, pediu para sair.
29. Por duas vezes, a ABL se posicionou contra a ditadura militar. Na sessão de 2 de janeiro de 1969, apenas 20 dias depois da instituição do AI-5, Alceu Amoroso Lima (1893-1983) deixou consignado em ata que “não é possível haver cultura sem liberdade de imprensa”. “A censura é um contrassenso que contraria profundamente todo o desenvolvimento cultural do Brasil”, declarou.
30. Na sessão de 19 de agosto de 1976, foi a vez de Barbosa Lima Sobrinho (1897-2000) protestar contra as bombas deixadas nas sedes da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Ordem dos Advogados do Brasil (ABI), no Centro do Rio. “Se isso visa intimidar, creio que o tempo é perdido, porque a nossa tarefa é continuar a exercer a defesa dos direitos humanos”, afirmou.
31. A ABL tem duas bibliotecas: a Lúcio de Mendonça e a Rodolfo Garcia. Juntas, totalizam 90 mil volumes, inclusive os 720 livros da coleção de Machado de Assis, doados em 1965 pela sobrinha-neta do autor, Ruth Leitão de Carvalho Lima. Entre outras “relíquias”, a instituição abriga a escrivaninha de Olavo Bilac, o tinteiro portátil de Euclides da Cunha (1866-1909) e as estantes giratórias de Manuel Bandeira (1886-1968).
32. “Hora do recreio”. É assim que alguns acadêmicos se referem ao chá da academia. Toda quinta-feira, às 15h, eles se reúnem para trocar amenidades e saborear quitutes, como pão de queijo, pastel de carne e bolo de aipim. Para beber, café, suco e vinho, além do chá. A cabeceira da mesa, por via das dúvidas, permanece vazia. Há quem diga que ela traria má sorte para quem a ocupasse. Temas políticos são proibidos.
33. A ABL já teve 263 membros. Foram eleitos jornalistas, filólogos e escritores, mas, também, médicos, diplomatas, cineastas, historiadores, advogados e até religiosos. Três ex-presidentes chegaram à academia: Getúlio Vargas (1883-1954), José Sarney e Fernando Henrique Cardoso. Juscelino Kubitschek (1902-1976) entrou na disputa em 1975, mas perdeu a vaga para o escritor Bernardo Élis (1915-1997). O placar, aliás, foi apertadíssimo: 20 a 19.
34. Dos 39 membros da ABL — a cadeira 13, até 3 de julho ocupada por Sérgio Rouanet (1934-2022), está vaga —, 16 são octogenários; 12, septuagenários; 7, nonagenários e 2, Eduardo Gianetti, de 65 anos, e Jorge Caldeira, de 66, sexagenários. Marco Lucchesi, o mais novo da turma, tem 58 anos, e Cleonice Berardinelli, a mais experiente, 105.
35. Uma piada, duas versões. Atrasado para uma cerimônia de posse, Aurélio Buarque de Holanda (1910-1989) pediu ao taxista que se apressasse. Ao ver o passageiro de fardão, o motorista teria dito: “Do jeito que o senhor está vestido, a cerimônia não vai começar enquanto o senhor não chegar”. Em outra versão, o sujeito, ao olhar o autor do dicionário mais famoso do Brasil, teria indagado: “Sois rei?”.
36. Em 1989, Ariano Suassuna (1927-2014) recebeu um telefonema do alfaiate “oficial” da ABL, o italiano Francesco Rosalba. O autor de O Auto da Compadecida (1955) agradeceu a ligação, mas disse que preferia confiar a confecção de seu fardão a uma costureira do Recife chamada Edith Minervina de Lima. “Não vou dizer que eu era o mais bonito que tinha lá porque, na Academia, só tem gente feia. Mas, era o menos feio”, brincou.
37. Volta e meia, um visitante ilustre assina o livro da ABL. Já passaram por lá, entre outros figurões, o francês Anatole France (1844-1924), em 1910; o alemão Albert Einstein (1879-1955), em 1925; o britânico Rudyard Kipling (1865-1936), em 1927; o austríaco Stefan Zweig (1881-1942), em 1936; o espanhol Carlos Fuentes (1928-2012), em 1997…
38. Desde 2005, a tarefa de confeccionar os fardões da ABL passou a ser do alfaiate Diógenes Cardoso. O convite partiu do então presidente da casa, Ivan Junqueira (1934-2014). À época, Diógenes trocou a lã por cambraia, um tecido mais leve e menos calorento. Os fios de ouro, bordados sob o formato de ramos de café, continuam sendo importados da França. Cada peça leva cerca de dois meses para ficar pronta.
39. Cada acadêmico ganha, como se fosse um “salário”, um valor estimado de R$ 3 mil por mês. Além disso, embolsa cachês semanais de R$ 750 e de R$ 1,5 mil pela participação em conferências e reuniões. O montante pode chegar a R$ 12 mil. A academia ainda oferece, entre outros benefícios, plano de saúde. Boa parte dos recursos vem do aluguel das 300 salas comerciais do Palácio Austregésilo de Athayde, ao lado do Petit Trianon.
40. Por duas vezes, uma mesma cadeira da ABL foi ocupada por dois membros de uma mesma família. No dia 10 de agosto de 1944, Rodrigo Octavio Filho (1892-1969), segundo ocupante da cadeira 35, foi eleito para ocupar a vaga de seu pai, Rodrigo Otávio (1866-1944). Em 7 de dezembro de 2001, Zélia Gattai (1916-2008) substituiu o próprio marido, Jorge Amado (1912-2001), na cadeira 23.