Segundo o pneumologista Isaac Secundo, do Hospital Jayme da Fonte, o cigarro é extremamente danoso ao organismo, provocando um prejuízo para o corpo de forma global e sistêmica. “São vários os malefícios associados, desde os cardiovasculares, como infarto, acidente vascular cerebral, até pulmonares, como bronquite e câncer de pulmão”, relata o especialista.
O médico menciona ainda que, por se tratar de uma dependência de nicotina, o tabagismo é uma doença crônica. Para lidar com o vício, muitas alternativas surgem, mas Isaac alerta que nem todas as opções são, de fato, soluções.
Vape não é alternativa
O cigarro eletrônico, por exemplo, surgiu como uma espécie de auxiliador para frear o vício nos cigarros convencionais. No entanto, trocar um cigarro comum pelo famoso vape é apenas trocar de vício, conforme explica o pneumologista. “O cigarro eletrônico é uma nova forma tanto de vício comportamental como também de prejuízo à saúde. Ele é ainda mais prejudicial, já que não se sabe com exatidão quais os componentes estão presentes nesse cigarro”, disse.
O vape, além de agregar alguns riscos do cigarro convencional, como o desenvolvimento das patologias pulmonares — piora da asma, bronquite e bronquiolite —, ele ainda tem doenças específicas, como inflamações pulmonares chamadas de evali.
Vencendo o vício
Considerado um vício, o hábito de fumar, tanto cigarros convencionais como cigarros eletrônicos, está ligado a questões comportamentais. “As pessoas fumam não apenas pelo prazer de fumar, mas também porque é um comportamento, ele está relacionado ao pós-cafezinho, ao momento de estresse, como se ele realmente fosse algo incorporado à rotina”, comenta Secundo. De acordo com o especialista, a primeira coisa que quem quer parar de fumar precisa fazer é entender que será necessário mexer na rotina.
O médico reforça que é natural não saber por onde começar, e é por isso que é tão importante pedir ajuda. “O primeiro passo é pedir ajuda. Hoje em dia, esse tratamento consiste num acompanhamento psicológico, acompanhamento médico e apoio familiar”, finalizou Isaac.