De Araçatuba para o mundo até chegar à titularidade do Bahia, essa é a história de Gabriel Xavier com apenas 21 anos. Após estrear na equipe principal contra o Furacão, pela Copa do Brasil, o zagueiro ganhou a chance de entrar cada vez mais entre os 11, mesmo sob um contexto de necessidade e lesões de outros atletas. Agora, depois de uma boa sequência, o defensor se tornou um ‘problema do bem’ para Enderson Moreira, que pode ter que fazer mudanças com a volta de Luiz Otávio para o elenco.
Com o futebol no DNA da família, o jovem Xavier passou por algumas escolinhas de futebol quando criança, mas deu o maior passo quando foi visto em um jogo beneficente pelo Araçatuba, dia que conheceu um empresário na época vice-presidente do Mirassol. A transferência para o Terror do Interior durou pouco, já que o atleta foi parar em Portugal com 18 anos. Em 2020, finalmente o Esquadrão tornou-se a casa do jogador e, nesse ano, a chance de atuar pelo time principal apareceu. Para Gabriel, a vaga não viria tão cedo, mas o importante foi estar sempre pronto.
“No fim do ano passado para esse, fiz uma cirurgia de menisco, me recuperei, e achei que, sinceramente, demoraria mais [para estrear no time titular]. Mas sempre trabalhei, procurei evoluir para aproveitar a estrutura que o clube apresenta, de treinamento, todas as áreas. Pensei: ‘vou treinar bastante para quando a oportunidade chegar, eu esteja preparado’, e ela chegou muito mais rápido do que imaginava. Acredito que estou aproveitando da melhor maneira possível”, afirmou.
Com 14 jogos na temporada e as últimas quatro seguidas como titular do técnico Enderson Moreira, até parece natural o modo como o atleta desempenhou seu papel até aqui, porém, o defensor é a exceção em casos do tipo. Seu primeiro jogo foi contra o Athletico-PR, na Arena da Baixada, pela Copa do Brasil. Contudo, mesmo antes, quando foi opção para entrar no meio no jogo, o jogador percebeu a grande diferença entre o profissional e o sub-23, categoria na qual atuava.
“No profissional, todos os quesitos são bem mais refinados. A técnica, a força, a entrega dentro de campo são bem diferentes e tem um aspecto de responsabilidade. Às vezes, na base, jogávamos um campeonato sub-20, até mesmo um Brasileiro, mas nem se compara a um Brasileiro no profissional. A responsabilidade que você carrega por jogar, principalmente em um clube grande, é muito diferente”, comentou o zagueiro.
A força na Fonte Nova
Em meio às oscilações, sobretudo em jogos fora de casa, o Bahia demonstrou uma força cada vez maior junto ao seu torcedor, em casa. Isso não é só impressão de quem assiste de fora, mas também a ideia de quem atua em campo.
“Com certeza nossa maior arma é a Arena Fonte Nova, junto ao nosso torcedor. Estamos fazendo excelentes jogos lá, não só em questão de resultado, mas também de desempenho. Estamos trabalhando para conseguir replicar isso fora de casa, infelizmente ainda não estamos conseguindo, mas temos certeza que estamos no caminho certo”, afirmou Gabriel Xavier.
Para chegar ao acesso, o bom físico dos atletas é um dos fatores determinantes, característica forte da Série B. Contudo, a lição que o defensor ressaltou foi o equilíbrio entre todos os clubes.
“Eu também acho que é uma competição mais física. A lição que dá para tirar é que não tem nenhum time besta, a Série B é uma competição muito boa, em que os times são bem parelhos, e não podemos bobear e perder pontos bestas que no fim do ano fazem total diferença”, disse.
Um dos motivos para ter emplacado jogos em sequência, além do bom desempenho, foi exatamente a condição física de seu concorrente, Luiz Otávio. Com a volta do zagueiro, que treinou normalmemente na terça, talvez Gabriel Xavier não comece a partida contra o Operário na equipe principal, mas, aos 21 anos, a única certeza que o atleta pode ter, caso se mantenha pronto, é que outras chances irão aparecer.
Fonte: A Tarde