A ativista dos direitos humanos e das mulheres paraenses, Lourdes Barreto, de 80 anos, acaba de lançar o livro “Lourdes Barreto: Puta Biografia” (Editora Paka-Tatu). Nele, ela conta sua trajetória desde que saiu de casa, na Paraíba, passar por vários estados, até fixar residência em Belém (PA) na década de 50.
Na capital paraense, ela se tornou referência na militância pela educação sexual, especialmente voltada à prevenção do HIV e da Aids, pela liberdade sexual, pela prevenção da violência e pelos direitos das mulheres.
Em 1987, ela fundou, junto com Gabriela Leite, a Rede Brasileira de Prostitutas, primeira organização da categoria a nível nacional na América Latina, e ajudou a estabelecer o dia 2 de junho como o Dia Internacional da Prostituta (“Puta Day”), data de referência no avanço a políticas afirmativas dos direitos das prostitutas. Lourdes também foi conselheira nacional dos Direitos da Mulher e, hoje, é conselheira estadual dos Direitos da Mulher.
Trabalhadores braçais e executivos
Em trecho de “Puta Autobiografia”, Lourdes conta que “no garimpo eu fazia de 15 a 20 programas por noite. O braçal não dá trabalho. É a coisa mais gostosa pra transar porque é rápido. Pro trabalho sexual o braçal é importante porque ele não tem muita fantasia doida na cabeça”.
“Agora, com os executivos, homens que têm muito dinheiro, é muita fantasia, muita loucura, muita onda. (…) Uma amiga minha chorou uma vez, obrigada a chicotear um cara destes. Porque ele pediu”, afirma em outro trecho.
Emendas parlamentares
O livro foi publicado com recursos de emendas parlamentares da ex-deputada estadual Marinor Brito (PSOL) e do então deputado federal Edmilson Rodrigues (PSOL), por meio da UFPA e Fadesp. O projeto teve o apoio cultural da Namazônia sob a coordenação de Fatinha Silva, governo do Estado do Pará – por meio da Secult e FCP – e da Prefeitura de Belém – por meio da Fumbel e Combel -, da deputada estadual Lívia Duarte (PSOL) e da vereadora de Belém, Enfermeira Nazaré Lima (PSOL).
Com informaçõesdo G1