Fábio Mota não vai a reunião do Conselho do Vitória e silencia sobre renúncia

Daniela Leone

 

Fábio Mota, presidente do VitóriaFábio Mota, presidente do Vitória (Victor Ferreira/EC Vitória)

Presidente, no entanto, cumprirá agenda pelo clube na terça-feira; conselheiros querem uma resposta dele para encerrar o assunto

O futuro da cadeira de presidente do Vitória segue indefinido. Isso porque Fábio Mota não compareceu à reunião extraordinária do Conselho Deliberativo realizada na noite desta segunda-feira (6). Sem a presença dele, a possível renúncia não foi discutida, já que a decisão é pessoal. Assuntos referentes à diretoria estatutária e a uma nova proposta de orçamento – a ser readequada após a eliminação do time em três competições – ganharam o foco.

Dias antes, o presidente revelou que ele e seus familiares foram ameaçados de morte por um torcedor nas redes sociais e que, preocupado com a situação de insegurança, cogitava deixar o cargo. O caso foi levado à autoridade policial, e a investigação é aguardada.

Em meio à indefinição, o dirigente acompanhou o clássico Ba-Vi na Fonte Nova, domingo, mas não falou sobre o assunto com a imprensa. A decisão de Fábio Mota era esperada para a reunião do Conselho. Com a ausência dele, os conselheiros pretendem encerrar o assunto nesta terça-feira (7).

“O que foi encaminhado foi um prazo de 24 horas para que o Conselho Deliberativo conversasse amanhã com o presidente Fábio Mota, obtendo uma definição sobre a questão da renúncia. O Conselho apoia a permanência dele, entendendo que seria desaconselhável qualquer nova eleição nesse momento, necessitando uma definição sobre esse assunto”, conta o presidente do Conselho, Nilton Almeida Filho.

“A conversa, sim, vai ter. Mas não para dar ultimato para o presidente ficar ou não. Isso não existe. O que iremos solicitar é que ele se pronuncie o mais rápido possível sobre isso para que esse assunto não perdure mais. Apenas isso”, detalha. “Acredito que, com esse apoio que o Conselho está dando, o presidente vai refletir e ver que seria muito prejudicial para o clube a renúncia dele neste momento”.

Fábio Mota viaja nesta terça para o Rio de Janeiro, onde, a serviço do clube, tem reunião agendada sobre direitos de transmissão da Série B.

Ele foi eleito pelos sócios do Vitória em setembro do ano passado para o triênio 2023-2025. Recebeu 66,4% dos votos. A eleição direta deu continuidade ao trabalho iniciado em outubro de 2021, quando, então presidente do Conselho Deliberativo, Fábio Mota herdou o posto interinamente após o afastamento do presidente Paulo Carneiro e do pedido de licença do vice Luiz Henrique. Ele foi efetivado em maio de 2022, quando Paulo Carneiro foi destituído em assembleia geral.

Crise em campo
Toda essa tensão nos bastidores teve início na semana passada, após o Vitória ser eliminado de duas competições em um intervalo de três dias. Pelo quinto ano consecutivo, caiu na fase classificatória do Campeonato Baiano e, na sequência, foi eliminado na primeira fase da Copa do Brasil pelo Nova Iguaçu-RJ.

Foi quando ocorreu a ameaça de morte ao presidente. Mais quatro dias se passaram, e o Leão já foi eliminado da terceira competição no ano, a Copa do Nordeste, após o empate de 1×1 no Ba-Vi, domingo.

O clube já está no segundo treinador neste ano. João Burse foi demitido no dia 7 de fevereiro, somente 33 dias após o início da temporada. Chegou então Léo Condé. E após sete jogos, ainda não venceu, com quatro empates e três derrotas. O diretor de futebol Edgard Montemor também acabou demitido.

Em entrevista concedida hoje, o volante Léo Gomes afirmou que o elenco apoia a permanência de Fábio Mota. “Claro que a gente torce pela permanência dele. A gente sabe que é um homem de palavras. Nós jogadores temos a confiança dele. Temos que focar dentro de campo porque podemos mudar essa chave aí”, afirmou.

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