“A ejaculação precoce é a disfunção sexual mais comum, porque ela também atinge os pacientes mais jovens. É um fenômeno onde o paciente apresenta dificuldade de retardar a ejaculação”, explicou de início o médico urologista do Hospital Jayme da Fonte, Dimas Antunes, antes de classificar os três cenários em que ela pode se apresentar.
“O primeiro é quando há uma latência ejaculatória curta, é aquele paciente que tem um tempo entre a penetração e a ejaculação muito rápido, algo entre um e dois minutos. O segundo critério é a dificuldade de retardar, segurar e ter controle. Já o terceiro critério, é o incômodo, seja pessoal ou interpessoal, quando o paciente tem dificuldade de arranjar um relacionamento ou de manter um por causa desse problema”, explicou.
Pela imposição social da necessidade de um desempenho sexual satisfatório, o transtorno de ansiedade pode servir de potencializador para a ejaculação precoce. Além do acompanhamento do urologista, um monitoramento psicológico também é indicado em alguns casos.
“O quadro tem uma relação muito forte com o transtorno de ansiedade, e uma das frentes de tratamento é o controle psicológico, então o paciente precisa de uma atenção multidisciplinar, tendo uma avaliação com o psicólogo ou com o terapeuta sexual, para que ele tenha um entendimento melhor sobre o que é que está causando isso”, alertou Dimas Antunes.
Também por conta disso, uma das formas mais tradicionais de tratar a ejaculação precoce acontece através de medicações que combatem males como a ansiedade e a depressão.
“São as medicações chamadas inibidores seletivos dos receptores de serotonina. Surgiram para tratar depressão e transtorno de ansiedade, e depois descobriu-se um suposto efeito colateral de retardar o tempo ejaculatório. Não foram desenhadas para o tratamento de ejaculação precoce. Ou seja, são medicações usadas fora da bula”, afirmou.
O único remédio específico para o tratamento desse problema só poderia ser encontrado no Brasil por meio de farmácias de manipulação. Mas essa realidade mudou há menos de um mês. “Em março deste ano chegou aqui no Brasil a medicação oficial para o tratamento de ejaculação precoce. O nome da substância é dapoxetina”, disse.