Ex-namorada do jogador de futebol Hugo Vinicius Skulny Pedrosa, encontrado esquartejado em um rio, Rubia Joice de Oliver Luvisetto é, segundo a polícia, coautora do assassinato. Ela agiu ao lado de Danilo Alves Vieira da Silva, que seria seu atual namorado. Para a polícia, a morte foi premeditada. Rubia e Danilo tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça, mas o homem segue foragido.
— No atual estágio das investigações, temos elementos para afirmar que se tratava de um delito premeditado. Identificamos também a qualificadora do recurso que dificultou, no caso, que tornou impossível a defesa da vítima. Identificamos a participação de Rubia como coautora no delito. Esperamos que o Estado dê uma resposta forte a um crime bárbaro como esse — destacou o delegado Marcos Werneck Pereira, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Fronteira (Defron).
Hugo Vinicius Skulny Pedrosa, de 19 anos, foi achado morto em rio de Sete Quedas — Foto: Reprodução
Hugo Vinicius, de 19 anos, estava desaparecido desde o dia 25 de junho, quando deixou Sete Quedas, no Mato Grosso do Sul, para ir a uma festa no município vizinho de Pindoty Porã, no Paraguai, uma distância de apenas sete quilômetros. Rubia Joice foi à mesma festa, assim como Danilo, apontado por ela como autor dos disparos. Aos investigadores, a ex-namorada contou que ela e Hugo terminaram o relacionamento há cerca de dois meses. Rubia afirmou, ainda, que havia “ficado” algumas vezes com Danilo.
Colaboração de terceiro envolvido foi peça-chave
De acordo com o delegado, a apuração começou com o depoimento dos pais de Rubia à polícia. Na sequência, a colaboração de um terceiro envolvido no crime, Cleiton Torres Vobeto, foi “peça-chave” para a descoberta dos restos mortais de Hugo Skulny.
— A partir desse momento [do testemunho de Cleiton], tínhamos a certeza de que não estávamos mais lidando com um desaparecimento, mas sim, com um homicídio. Empreendemos diligências, trabalhamos incansavelmente, e conseguimos um panorama seguro da dinâmica do delito. Identificamos outros envolvidos em crimes conexos, como ocultação de cadáver, fraude processual. A Polícia Científica foi imprescindível no apontamento de indícios de adulteração do estado de coisas [da cena do crime], e nosso trabalho culminou na prisão de Rubia — afirmou o delegado.
Até o momento, 17 pessoas foram ouvidas pelos investigadores. Os agentes fizeram seis operações de busca e apreensão e apreenderam celulares e instrumentos cortantes. Peritos usaram luminol e fizeram uma reprodução simulada dos fatos para auxiliar os trabalhos. A apuração do caso continua.
Advogado de Rubia, Felipe Azuma diz que Hugo entrou no quarto da cliente, na madrugada de 25 de junho, e levou tiros de Danilo da Silva, que a acompanhava no cômodo.
— Hugo foi baleado na casa dela, após ter entrado sem qualquer autorização. Ela foi surpreendida quando ele ligou a luz do quarto enquanto ela estava dormindo com o Danilo. Hugo passou a xingá-la, ela pediu para ele sair. Danilo acordou e ela disse para Danilo ficar onde estava, que ela o levaria [Hugo] para fora. Nesse momento, ela ouviu um estampido, vindo de trás dela. Foi quando Hugo foi baleado. Ela entrou em desespero com a cena — diz o advogado.
Hugo foi morto com três tiros, segundo a investigação da Polícia Civil. Depois, os suspeitos teriam usado uma serra elétrica e uma serra fita para cortar o corpo do jovem.
A família do jogador de futebol cobra justiça e afirma ser “mentirosa” a versão dada pela ex-namorada do rapaz. Numa publicação no Instagram, Andressa Skulny, prima do jogador, disse que Hugo “não era um monstro” e que “nada justificava” o assassinato.