Marília, o Solidariedade e as eleições

Opinião

Quem apostou ou previu que a ex-candidata a governadora de Pernambuco pelo Solidariedade, Marília Arraes, iria sucumbir após o insucesso nas eleições de 2022 já admite que cometeu equívoco. Basta conferir a movimentação que ela, na condição de vice-presidente nacional da legenda, vem promovendo nos últimos dias.

A ex-deputada tem atuado como vitrine em várias frentes, firme no papel de principal referência de oposição à governadora Raquel Lyra (PSDB), fiscalizando e cobrando as promessas de campanha ainda não cumpridas e dialogando com todas as forças e personagens com vistas às eleições de 2024 em todo o Estado.

Também se movimenta no plano nacional, ajudando a consolidar o partido no País. Na semana passada, a agenda estava cheia. Esteve em Curitiba para convencer o ex-senador Roberto Requião (PT) a se filiar ao Solidariedade. Em Caruaru, reuniu todas as principais lideranças de oposição para prestigiar a posse do novo presidente do partido no Município, o cantor e músico Armandinho.

Nos bastidores, conversou reservadamente com dirigentes no Estado e nacionais do PT, PSB, PCdoB, PSOL, REDE e PV, dentre outros partidos, defendendo um projeto único para o campo progressista nos próximos anos. Nas redes sociais, assistiu de camarote viralizar um vídeo do embate que travou em um dos debates na campanha para governador com a atual governadora, onde ela, Marília, advertia que no primeiro conflito envolvendo o Estado e as empresas de ônibus, a posição de Raquel seria a favor dos empresários de transportes coletivos por um motivo objetivo: a família da governadora é dona da empresa “Logo Progresso”.

E, segundo Marília, é o que está acontecendo neste instante na questão da greve dos motoristas de ônibus, onde a governadora ficou do lado dos empresários contra os motoristas. “A atual governadora é um exemplo evidente de estelionato eleitoral. Entramos no oitavo mês de gestão e até agora não cumpriu uma promessa sequer do que prometeu em campanha”, disse.

E acrescentou: “Pelo contrário. Só fez piorar as condições dos serviços públicos nas áreas de educação, da saúde, da segurança, dos transportes coletivos e agora da cultura, com essa atitude flagrantemente desrespeitosa com a população de Garanhuns, através do desmonte do FIG (Festival de Inverno de Garanhuns)”.

Além do Recife – Em função desses movimentos, já há quem diga que Marília está pavimentando caminhos para as eleições de 2024. Ao Blog, confirmou ter recebido convites para disputar três Prefeituras, onde seu nome desponta de forma competitiva: Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes. Mas não quis aprofundar sobre seu futuro. “Seria um desrespeito diante de tantos sofrimentos de pernambucanos que tenho constatado do Cais ao Sertão”, reagiu.

Por: Magno Martins

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