Produtora de vídeos para Moro bloqueia conta do Podemos por dívida milionária, mas encontra apenas R$ 6 mil

Agência tomou calote de R$ 2,6 milhões referentes à pré-candidatura de Sérgio Moro em 2022

Ségio Moro
Ségio Moro (Foto: Alessandro Dantas)

A produtora responsável pela criação dos vídeos da pré-campanha do ex-juiz parcial e senador Sérgio Moro à presidência da República pelo Podemos, em 2022, conseguiu uma ordem judicial de bloqueio das contas da legenda para quitar uma dívida de R$ 2,6 milhões. Porém, a execução da ordem revelou uma surpresa: apenas R$ 6.287,25 estavam disponíveis nas contas do partido, revela a jornalista Bela Megale, do jornal O Globo.

O Podemos, ao longo do ano, recebeu uma soma expressiva de R$ 15,6 milhões provenientes do fundo partidário. Entretanto, o advogado da legenda, Alexandre Bissoli, garante que todo o dinheiro foi destinado ao pagamento de fornecedores.

O processo em questão está relacionado ao material encomendado pelo partido à produtora D7 e ao marqueteiro Pablo Nobel para o lançamento de Sérgio Moro no cenário político nacional, no início de 2022. O ex-juiz parcial foi apresentado como pré-candidato à presidência no final de 2021, mas deixou a legenda em abril de 2022 após divergências com a cúpula partidária. Posteriormente, Moro se transferiu para o partido União Brasil e concorreu ao Senado do Paraná, onde foi eleito.

Desde então, o Podemos deixou de honrar as faturas referentes ao trabalho da produtora, levando a empresa a entrar com uma ação judicial em São Paulo. Em agosto de 2022, a juíza Flávia Poyares Miranda condenou o partido e determinou o bloqueio dos recursos para pagar a produtora. Contudo, no mês seguinte, a magistrada acatou um recurso do Podemos, que alegou que o fundo partidário é impenhorável, e não houve o desbloqueio das contas.

O Podemos afirma que o contrato previa a produção de um conjunto de propagandas para “órgãos estaduais” e outro para o “órgão nacional”, mas a produtora teria realizado apenas metade do trabalho. Diante disso, a legenda argumenta que não deveria pagar o valor total, sob risco de ser responsabilizada pelo mau uso dos recursos.

Por outro lado, a produtora alega ter cumprido o acordo e veiculado propagandas com Sérgio Moro e a presidente do Podemos, Renata Abreu, nos horários programados em todo o Brasil, incluindo o horário nobre.

Após o primeiro bloqueio, o Podemos possuía R$ 2,3 milhões distribuídos em sete contas. No entanto, uma pesquisa realizada no dia 25 revelou que as contas do partido dispunham de apenas R$ 6.287,25.

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