Cúpula da Câmara já avalia como certeza cassação do mandato de Carla Zambelli

Parlamentar bolsonarista foi alvo de uma operação da PF que tem como foco a invasão de sistemas do Judiciário e a tentativa de fraudar as urnas eletrônicas

Carla Zambelli
Carla Zambelli (Foto: Lula Marques/EBC)

A cúpula da Câmara dos Deputados já avalia como certo que a deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) terá o seu mandato cassado em um futuro próximo, uma vez que a situação da parlamentar é semelhante à do ex-deputado Daniel Silveira.

Segundo a coluna do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, dentre as possíveis razões para a cassação do mandato, encontra-se a possibilidade de uma condenação criminal. Além dos processos em andamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é considerado altamente provável que Zambelli enfrente implicações judiciais devido às suas conexões com o hacker Walter Delgatti Neto, investigado pela Polícia Federal (PF).

Na quarta-feira (2), a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação contra a deputada federal bolsonarista. Na ação, os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços vinculados a ela e prenderam Delgatti, conhecido como o hacker da “Vaza Jato”. Zambelli e Delgatti são suspeitos de atuar em um esquema contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que resultou na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e na criação de alvarás de soltura falsos.

A deputada também intermediou um encontro entre Delgatti e Bolsonaro. Em seu depoimento à PF, Delgatti afirmou que Bolsonaro presidente perguntou se ele conseguiria invadir o sistema das urnas eletrônicas. Zambelli confirmou o encontro, mas disse que Bolsonaro perguntou sobre a possibilidade de fraudar urnas para verificar a confiabilidade do sistema do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Ainda conforme a reportagem, a suspeita de sua suposta colaboração na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ao lado do hacker é encarada como uma acusação gravíssima por seus colegas parlamentares – até mais séria do que o incidente em que apontou uma arma para um homem durante o dia das eleições.

“Não é uma questão pessoal. Se um padre estivesse envolvido nas mesmas acusações (de hackear o sistema judiciário), seria cassado da mesma forma”, afirmou um líder do Centrão ao ser questionado sobre o caso.

Além da investigação da PF, também na quarta-feira, Zambelli sofreu um revés no Conselho de Ética da Câmara com o relator relator do colegiado, deputado João Leão (PP-BA), votando a favor da admissibilidade de uma ação movida contra ela.

A parlamentar foi alvo de uma representação movida pelo PSB por xingar o também deputado federal Duarte Júnior (PSB-MA) durante uma audiência da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado que contou com a presença do ministro da Justiça, Flávio Dino, em abril.

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