Parlamentares pedem à PGR investigação sobre pedras preciosas recebidas por Bolsonaro e Michelle
E-mail indica que o casal recebeu um envelope contendo as pedras na cidade de Teófilo Otoni, em 26 de outubro de 2022. O ‘presente’ não foi cadastrado no acervo da União
Cinco deputados e dois senadores que compõem a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro formalizaram uma solicitação à Procuradoria-Geral da República (PGR) para a investigação acerca do recebimento de pedras preciosas por Jair Bolsonaro (PL) e pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, informa o Estado de S. Paulo. Nesta quarta-feira (2) foi revelada uma troca de e-mails entre membros militares ligados à Presidência da República. As mensagens indicam que o casal recebeu um envelope contendo as pedras na cidade de Teófilo Otoni, em 26 de outubro do ano anterior.
De acordo com os registros, os congressistas sustentam que essa denúncia suscita a possibilidade de atividades ilícitas que poderiam caracterizar atos de improbidade administrativa. Eles requerem depoimentos por parte da Polícia Federal de todas as partes envolvidas, assim como a coleta de evidências e outras medidas legais cabíveis. Os e-mails obtidos pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro indicam que as joias não teriam sido oficialmente cadastradas:
“Nesse ponto, chama-se a atenção à ordem expressa para que as pedras preciosas não fossem cadastradas no acervo da União. À vista disso, é mister que se investigue qual a verdadeira motivação da entrega das pedras preciosas. (…) Logo, questiona-se: quem presenteou Jair Bolsonaro? Qual o motivo da recusa em cadastrar o presente?”, questionam os parlamentares.
A petição encaminhada à Procuradoria-Geral da República contém as assinaturas dos deputados federais Jandira Feghali (PSOL-RJ), Rogério Correia (PT-MG), Henrique Vieira (PSOL-RJ), Duarte Jr. (PSB-MA) e Rubens Pereira Junior (PT-MA), além dos senadores Randolfe Rodrigues (PT-AP), Fabiano Contarato (PT-ES) e Jorge Kajuru (PSB-GO).
O gabinete de Jandira Feghali informou que mais petições serão apresentadas também ao Supremo Tribunal Federal (STF), Tribunal de Contas da União (TCU) e à Polícia Federal, todas buscando uma investigação sobre as supostas pedras preciosas recebidas por Bolsonaro.