Opinião
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), entende do traçado da política como ninguém. Vendo que Lula está levando a minirreforma ministerial com a barriga, para retardar o ingresso do Centrão no Governo, frustrou o governo e avisou, ontem, que não vai colocar o projeto do novo arcabouço fiscal em votação na Casa antes do lançamento do Novo PAC.
Em reunião com líderes partidários na residência oficial, em Brasília, o presidente da Câmara informou que só pretende decidir, a partir da próxima semana, quando pautará a votação da proposta em plenário. A ideia de Lira é promover, na próxima segunda-feira, uma reunião com deputados e técnicos do Congresso e do governo para discutir as mudanças feitas pelos senadores no texto do arcabouço fiscal.
Com a decisão de Lira, o Palácio do Planalto terá de lançar o Novo PAC na sexta-feira (11/8), sem saber exatamente quanto terá de espaço no orçamento para o programa. Antes da reunião com líderes, nesta terça, Lira chegou a receber ministros palacianos, que apresentaram a Lira e ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), as linhas gerais do que será o Novo PAC.
O presidente da Câmara, inclusive, foi convidado a participar da cerimônia de lançamento do programa, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, mas ainda não confirmou presença.
Jogo do segura – Lira decidiu segurar a votação do novo arcabouço fiscal diante da demora do presidente Lula em definir os novos ministérios que o Centrão ganhará no governo. O novo arcabouço já passou por votação na Câmara e no Senado ainda no primeiro semestre, mas precisa ser votado novamente pelos deputados, em razão das mudanças no texto feitas pelos senadores. Lira garantiu a líderes partidários que colocará a matéria para votação até o dia 30 de agosto, data em que o governo pretende enviar ao Congresso o Orçamento da União para 2024.
Por: Magno Martins