O racha aéreo entre Rui e Wagner, o pânico de Valmir Assunção e o desespero dos prefeitos

Racha aéreo

A relação entre o senador Jaques Wagner (PT) e o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), anda de mal a pior. Segundo caciques governistas, os eventos no interior têm sido um problema, pois os dois não aceitam mais dividir o mesmo avião, o que tem causado confusão na logística. Embora apareçam frequentemente juntos em fotos para as redes sociais, a verdade é que a dupla anda mais afastada do que nunca – e isso tem se refletido no governo de Jerônimo Rodrigues (PT).

Luz vermelha

A luz amarela (ou vermelha) acendeu nesta semana para o deputado federal Valmir Assunção (PT) após depoimentos na CPI do MST no Congresso. Uma ex-integrante do movimento, Vanuza Santos de Souza, fez diversas revelações e disse, entre outros pontos, que líderes das invasões de terra eram funcionários do parlamentar. Depoentes ainda revelaram a participação dele no escândalo das invasões de terra no Extremo Sul do estado. De acordo com fontes que acompanharam a sessão, Valmir não escondeu a preocupação e deixou a CPI em pânico. Uma investigação mais profunda pode trazer problemas seríssimos para o deputado petista.

Crise crônica

A escalada da violência na Bahia já tem registrado números superiores aos contabilizados no Rio de Janeiro e no Ceará, que tiveram intervenção federal na segurança pública nos últimos anos. Somente no ano passado, foram 6.659 mortes e taxa de 47,1, de acordo com o Anuário da Segurança Pública. Quando houve a intervenção federal no Rio de Janeiro, em 2018, a taxa de homicídios no estado naquele ano foi de 39,1 por 100 mil habitantes, cerca de 17% menor do que a registrada na Bahia no ano passado. No Ceará, em 2020, quando houve o envio da Força Nacional para conter a crise de violência, a taxa foi de 45,2.

Intervenção Federal

Alguns parlamentares já defendem a intervenção federal na Segurança Pública Baiana. Os mais experientes, porém, acham que dificilmente isso aconteceria. “O PT baiano vai barrar qualquer tentativa, pois a intervenção passaria um recibo muito grande de incompetência”, argumenta um cardeal do governo Lula.

Muy amigos

Mais uma saia justa na base petista na Assembleia Legislativa. Durante uma festa de aniversário, um assessor parlamentar acusou um deputado de estar dando em cima da esposa dele. A conversa esquentou e teve dedo na cara e tudo. A resenha que rola nos corredores do CAB é que essa não é a primeira vez. Sempre que bebe, o tal parlamentar fica mais assanhado. Mas dessa vez quase apanhou.

Reparação familiar

O senador Otto Alencar (PSD) tratou de tentar corrigir a barbeirada do seu rebento, o deputado federal Otto Filho (PSD), para tentar manter os incentivos fiscais à BYD na reforma tributária, que começou a ser debatido no Senado. Ottinho votou contra a manutenção dos incentivos e, agora, o pai incluiu uma emenda para retomar o benefício. Só faltou combinar com os próprios aliados, uma vez que a bancada governista do Sul e Sudeste (até mesmo do PT) não está nada interessada em manter a benesse. Vai dar confusão…

Direto de Marte

Chamou a atenção a entrevista dada nesta semana pela secretária estadual de Desenvolvimento Urbano, Jusmari Oliveira, sobre o monotrilho do Subúrbio (que o governo chama de VLT), projeto que segue empacado mesmo já tendo consumido quase R$ 60 milhões do estado. Em uma mesma entrevista, ela disse que o “VLT” não está abandonado, afirmou que o novo edital não vai atrasar o projeto (que teve a ordem de serviço assinada em 2019 para ficar pronto em 2021) e ainda declarou que o projeto deveria ser de responsabilidade municipal, conforme noticiado pela imprensa. A pergunta que fica é: em que mundo a secretária está vivendo?

Casa de ferreiro…

A Secretaria de Administração da Bahia virou motivo de piada depois que o Tribunal de Contas do Estado (TCE-BA) descobriu que ela manteve servidores e até pensionistas já falecidos na folha de pagamento de 2020, durante a gestão de Rui Costa (PT). O erro grosseiro causou um prejuízo de R$ 26 milhões aos cofres públicos.

Pires na mão

Depois que o governo federal reduziu drasticamente os repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), prefeitos baianos já começaram a peregrinação no CAB para pedir ajuda ao governo do estado. Muitos dizem que já estão há seis meses com salários dos servidores atrasados. Se queixam também que Jerônimo ainda não começou a recebê-los individualmente. Os gabinetes dos deputados governistas e a própria Governadoria começaram a ficar movimentados e a situação preocupa a cúpula petista, uma vez que a insatisfação já está ganhando corpo. “Se Lula não paga a conta, Jerônimo tem que pagar”, bradou um prefeito, ao deixar a Assembleia Legislativa nessa semana.

Bola fora

Repercutiu muito mal a fala do prefeito de Belo Campo, Quinho (PSD), presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), sobre a queda nos repasses federais. Ao invés de defender os municípios, em mensagens divulgadas em grupos de prefeitos, Quinho alfinetou os gestores que reclamavam e chegou a sugerir que quem vota ou votou contra o governo não pode reclamar. E não parou por aí. Enquanto os prefeitos sofrem com os recursos escassos para fechar as contas, o presidente da UPB contratou avião para viajar para eventos de Jerônimo, o que gerou revolta. Talvez Quinho precise decidir se está do lado dos prefeitos, grupo que ele representa, ou do governo do qual é aliado.

Consenso

Líderes de partidos que integram a oposição no estado deram nesta semana o início às conversas visando as eleições de 2024. Enquanto os partidos aliados ao PT no estado se digladiam em torno das eleições de 2024, integrantes do grupo oposicionista se mostraram mais alinhados. Segundo interlocutores, os líderes de União Brasil, PDT, Republicanos e PSDB conversaram sobre o cenário na Bahia e acordaram que vão buscar unidade nas maiores cidades em torno de uma candidatura única, já com avanços em algumas delas. “Não tem porque ficar brigando internamente, tomando prefeito e espaço de ninguém. O foco vai ser na união e no crescimento do grupo”, confidenciou um deles.

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