“Mentiras e calúnia”: Wassef, advogado de Bolsonaro, ataca autoridades responsáveis pela operação Lucas 12:2

Em jogo raso de palavras, diz que não foi responsável por negociar ou vender joias. E ninguém disse que foi. Seu papel na organização descrita pela PF é o de obstrução de justiça

Advogado Frederick Wassef comparece a cerimônia no Palácio do Planalto 17/06/2020
Advogado Frederick Wassef comparece a cerimônia no Palácio do Planalto 17/06/2020 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

O advogado de Jair Bolsonaro, Frederick Wassef, divulgou neste domingo nota sobre o caso dos bens desviados por seu cliente e contrabandeados para os EUA. Só que, em vez de defender Bolsonaro, ele se defende, já que foi alvo de operação da Polícia Federal por estar envolvido na recompra dos bens em território norte-americano, o que seria um caso de obstrução da justiça.

Ao se defender, Wassef ataca. “A Polícia Federal efetuou busca em minha residência no Morumbi em SP e não encontrou nada de irregular ou ilegal não tendo apreendido nenhum objeto, joias ou dinheiro. Fui exposto em toda televisão com graves mentiras e calúnias”, afirmou.

Wassef faz um jogo raso de palavras, já que, em nenhum momento, ele foi apontado como autor da venda dos bens dados de presente por países estrangeiros à Presidência da República. Na estrutura criminosa descrita pela Polícia Federal, este papel coube ao general Mauro Lourena Cid, pai do ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid.

Wassef é suspeito de obstrução de justiça, por recomprar o produto do que seria o crime de peculato, e com isso apagar rastros. Segue a nota do advogado de Jair Bolsonaro:

Como advogado de Jair Messias Bolsonaro, venho informar que, uma vez mais, estou sofrendo uma campanha de Fake News (sic) e mentiras de todos os tipos, além de informações contraditórias e fora de contexto. Fui acusado falsamente de ter um papel central em um suposto esquema de vendas de jóias. Isto é calúnia que venho sofrendo e pura mentira. Total armação.

A primeira vez que tomei conhecimento da existência das joias foi no início deste ano de 2023 pela imprensa, quando liguei para Jair Bolsonaro e ele me autorizou como seu advogado a dar entrevistas e fazer uma nota à imprensa. Antes disso, jamais soube da existência de jóias ou quaisquer outros presentes recebidos. Nunca vendi nenhuma jóia, ofereci ou tive posse. Nunca participei de nenhuma tratativa, e nem auxiliei nenhuma venda, nem de forma direta ou indireta. Jamais participei ou ajudei de qualquer forma qualquer pessoa a realizar nenhuma negociação ou venda.

A Polícia Federal efetuou busca em minha residência no Morumbi em SP e não encontrou nada de irregular ou ilegal não tendo apreendido nenhum objeto, joias ou dinheiro. Fui exposto em toda televisão com graves mentiras e calúnias.

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