Mãe de professora carbonizada era contra relacionamento da filha com adolescente

Vitória conheceu a jovem de 14 anos pelo Instagram e, após o rompimento, a professora teria bloqueado a garota nas redes sociais

Corpo da professora foi encontrado carbonizado
Corpo da professora foi encontrado carbonizado – Foto: Reprodução/Redes sociais
Em depoimento à polícia, a mãe da professora Vitória Romana Graça, de 26 anos, encontrada carbonizada na última sexta-feira (11), disse que não aprovava o relacionamento da filha com a adolescente de 14 anos, suspeita de participação no crime.

Ela foi apreendida no último sábado (12) e a mãe, Paula Custódio Vasconcelos, de 33 anos, presa. As duas foram detidas quando fugiam, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Vitória conheceu a adolescente pelo Instagram e, após o rompimento, a professora teria bloqueado a garota nas redes sociais. Em depoimento, a jovem contou que não se encontrava com Vitória há um mês, e que elas se separaram pela sua pouca idade.

No depoimento, a mãe da professora contou que reprovava o relacionamento da filha com a adolescente e que só encontrou com a jovem em três ocasiões, em sua casa, na companhia de Vitória. Mas que nem chegou a saber qual era o nome da adolescente.

Vitoria era professora contratada do município há quatro meses e dava aula na Escola Municipal Oscar Thompson, em Santíssimo.

Segundo relato de uma testemunha, a professora fez um desabafo no dia em que desapareceu. Cansada de arcar com despesas de Paula e sua filha, a vítima teria dito que já havia ajudado bastante a família e que não tinha mais condições.

Paula apareceu na escola acompanhada do irmão para dizer que a filha não havia aceitado bem o fim do namoro e pediu que as duas conversassem “fora do seu local de trabalho”.

Um amigo da vítima, também funcionário da escola, contou à polícia que sugeriu a Vitória que encontrasse com a mulher em um local público, “de preferência um shopping, onde tem muitas pessoas”.

De acordo com funcionários do colégio, o filho de Paula estuda na unidade, motivo pelo qual ela conseguiu entrar no estabelecimento com facilidade naquele dia.

Naquele mesmo dia, a professora visitou a própria mãe por volta das 21h. Ao sair de lá, teria ido ao encontro de Paula, e não foi mais vista. Nesse mesmo dia, várias transferências foram feitas pelo telefone de Vitória para o irmão de Paula. Ele ainda não foi encontrado pela polícia.

Em depoimento, a mãe de Vitória contou que o último contato com a filha foi às 5h do dia em que foi morta, quando a vítima afirmou — com voz de choro — ter sido sequestrada e que não sabia informar a localização, mas que precisava que a mãe pagasse R$ 2 mil aos criminosos.

A mãe da professora não informou quantas ligações foram feitas, mas disse que, em meio às tentativas de falar novamente com a filha, foi atendida por um homem e uma mulher, que ressaltavam o pedido por dinheiro.

Já a adolescente de 14 anos disse à polícia, após ser apreendida, não ter envolvimento com o crime. De acordo com ela, na noite em que Vitória desapareceu, em 10 de agosto, ela tomara um remédio e, quando acordou, estranhou que a mãe não estava em casa.

Ao questionar seu irmão, de 16 anos, ele respondera que a mãe havia ido à Mercearia Rosa — local para o qual, posteriormente, foi identificada uma transferência via PIX da conta bancária da família da vítima.

Mandado de prisão em aberto
Segundo a 35ª DP, Paula já tinha mandado de prisão em aberto por roubo qualificado. No último domingo, ela participou de duas audiências de custódias. Uma em relação ao sequestro e morte da professora, e a outra por ter sido condenada, em 2014, a seis anos de prisão por roubo.

No processo, consta que ela realizou quatro roubos em pouco espaço de tempo, acompanhada de menor infrator. Um trecho da decisão da época diz que Paula usou “um simulacro de arma de fogo, o que denota a extrema ousadia da acusada e denota sua conduta social distorcida”.

No processo, consta que ela participou de quatro roubos em pouco espaço de tempo, acompanhada de um menor infrator. Um trecho da decisão da época diz que Paula usou “um simulacro de arma de fogo, o que denota a extrema ousadia da acusada e denota sua conduta social distorcida”.

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