Crescem os casos de catarata no Brasil
Amanda Santana
Com o progressivo envelhecimento da população, no Brasil e no mundo, cresce também o número de casos de catarata como um fenômeno contemporâneo. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a projeção para o crescimento da população de idosos, até 2020, é de 186%, nos países desenvolvidos, e de 356% nos países em desenvolvimento.
Como resultado, estima-se um número de mais de 54 milhões de pessoas com cegueira, com idade igual ou superior a 60 anos, por causa do processo de envelhecimento natural do olho.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença enfrenta uma situação crítica, e especialistas da área necessitarão realizar 3 mil cirurgias para cada milhão de habitantes por ano no Brasil, sem contar o acumulado, a necessidade é de realizar 720 mil cirurgias por ano.
“Atualmente tem se conseguido atingir 250 mil cirurgias por ano no Brasil, o que deixa um déficit acumulado de mais de 400 mil cirurgias sem fazer a cada ano”, explicou o cirurgião e oftalmologista Ruy Cunha.
Quanto à Bahia, o especialista afirmou que após 3 anos do projeto “Saúde em Movimento”, do governo da Bahia, a realidade melhorou muito, pois foram cerca de 100 mil cirurgias realizadas em todo o estado, alterando os índices nacionais do combate a cegueira por catarata.
Entre os sintomas existentes da doença, o oftalmologista pontua os primeiros sintomas da catarata como leve embaçamento visual, as cores se tornam desvaecidas e dificuldades na visão noturna, principalmente para quem dirige à noite.
“Fatores hereditários e a idade também contribuem para o surgimento da doença. Entretanto, nenhum hábito tem sido relacionado ao desenvolvimento de catarata. Infelizmente, quanto mais a população envelhece, mais casos surgem”.
Tecnologia moderniza o ato cirúgico
As alterações no cristalino do olho diminuem progressivamente a capacidade visual e provocam a catarata, que tem a cirurgia como único tratamento para reverter a doença. Consequentemente, a cirurgia para catarata continuará consumindo uma proporção crescente de recursos destinados à saúde, com investimento em novas tecnologias que tragam melhor qualidade de vida a essa população acima de 60 anos, que só tende a aumentar ao longo dos anos. (Tribuna)