Secretaria da Justiça da Bahia diz que Bernadete era monitorada por câmeras desde 2017

Quilombo recebia rondas policiais permanentes desde a morte do filho da líder quilombola, segundo o Governo do Estado

Da Redação

Mãe Bernadete . Crédito: Reprodução

A líder quilombola Mãe Bernadete, 72 anos, morta em Simões Filho nessa quinta-feira (17), era, desde 2017, monitorada por câmeras Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) da Bahia, de acordo com o Governo do Estado.

As câmeras estavam instaladas no território do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, que está em uma Área de Proteção Ambiental (APA). O local ainda recebia rondas policiais permanentes desde o ano de 2017. O Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH) do Governo Federal atua no atendimento e acompanhamento dos casos de risco e ameaça de morte dos defensores.

Dois homens estão sendo procurados pela morte de Mãe Bernadete, executada na quinta-feira (17) à noite, segundo a delegada Andréa Ribeiro, diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

A delegada falou da possibilidade do crime ter ligação com conflitos por terra – a líder quilombola vinha sofrendo ameaças, segundo advogado da família, por parte de pessoas envolvidas em extração ilegal de madeira. “A gente não descarta essa hipótese, assim como não descarta a hipótese de ameaça, ou outras que possam estar relacionadas à atuação do tráfico de drogas na localidade”. Ela também disse que não é possível falar no momento se houve relação do crime com intolerância religiosa.

A líder sofria ameaças constantes. As mais recentes, segundo o advogado da família David Mendez, eram relacionadas à extração ilegal de madeira.

As mais recentes ameaças diziam à extração ilegal de madeira. Lá é uma APA e dentre as muitas brigas que Dona Bernadete capitaneava, ela era uma espécie de delegada da comunidade, com autoridade moral. Então ela não deixava que nenhuma bandidagem ou que nada eerrado se criasse. Ela batia de frente com facção criminosa, batia de frente com extração ilegal”, disse o advogado.

Ele ressaltou ainda que a líder atuava “no vácuo do poder público”. “Caberia a ela esse papel? Uma senhora de 72 anos? Ou caberia à Polícia Militar, Secretaria de Segurança Pública? Porque ela fazia isso no vácuo do poder público”, questionou.

Fonte: Correio

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