Interventor de Lula nomeou comandante preso no DF
Ibaneis ressalta que, nomeado por Capelli, Klepter tinha sua confiança
Preso nesta sexta-feira (18) pela Operação Incúria e denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por crime de omissão diante dos ataques aos Poderes da República no 8 de Janeiro, o coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Klepter Rosa Gonçalves, foi promovido ao comando da corporação um dia após os manifestos violentos em Brasília, por decisão do interventor federal Ricardo Cappelli, nomeado pelo presidente Lula (PT) para contornar a tentativa de derrubada do petista do Palácio do Planalto.
A nomeação de Klepter para assumir interinamente o Comando da PMDF foi anunciada pelo próprio Capelli, na noite seguinte aos ataques. O interventor atuou em parceria com o denunciado até 31 de janeiro, quando findou-se a intervenção e Capelli retornou ao cargo de Secretário Executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, como nº 2 do ministro Flávio Dino.
O coronel Klepter seguiu no comando da PMDF até hoje, quando o governador Ibaneis Rocha (MDB) anunciou sua exoneração, ressaltando que o comandante foi nomeado por Capelli. “Lembrando que o coronel Klepter não foi indicado por nós. [Ele] foi indicado pelo interventor da época, mas gozava de toda nossa confiança”, ressaltou o governador, que chegou a ser afastado do cargo pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por suspeita de omissão nos ataques.
Em abril, Klepter foi elogiado nas redes sociais de Capelli, por proibir servidores da PMDF de usar mídias sociais com informações que “violem o valor, a ética, a honra pessoal, o pundonor militar ou o decoro da classe, os deveres ou o compromisso policial militar”.
Denunciados
No 8 de Janeiro, Klepter era subcomandante da PMDF, quando o coronel Fábio Augusto Vieira ocupava o cargo de comandante-geral. Ambos foram denunciados pelo MPF e alvos de mandados de prisão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Além deles, os outros alvos são os coronéis Jorge Eduardo Barreto Naime, Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, Marcelo Casimiro Vasconcelos, o major Flávio Silvestre de Alencar e o tenente Rafael Pereira Martins.
Todos são acusados de crime de omissão, combinado com os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima, e deterioração de patrimônio tombado.