Opinião
A busca do conhecimento, necessariamente refutável e provisório, a partir de hipóteses falseáveis, vem modificando o mundo para melhor desde as primeiras tratativas, há 25 séculos, visando à construção de uma confiável epistemologia.
Esta premissa pode conduzir o governo brasileiro à crença no investimento em pesquisa universitária com o objetivo emergencial de combater a disseminação de proposições falsas, em proporção semelhante a de uma epidemia de falácias.
Com este viés, o “Observatório da Indústria da Desinformação e seu impacto nas relações de consumo”, desenvolvido na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), justifica o aporte de R$ 2 milhões para executar o projeto pioneiro.
A boa nova ganha relevo quando se sabe ser autora de tão auspicioso plano a Escola de Comunicação, afinal aos estudiosos dos poderes de Exu e Hermes cabem saber e, mais, saber dizer, com argumentos razoáveis. A obtenção de dados e análises qualitativas neles embasadas vão ajudar na expectativa de acerto em políticas públicas voltadas à proteção dos usuários de computador.
Devido ao crescimento exponencial do intercâmbio nas redes sociais, este recorte na galáxia da internet terá maior atenção, tomando como verdadeiro o fato de a inclusão digital crescer com mais aparelhos e pessoas “conectadas”.
O laboratório NetLab, responsável pelo trabalho, já pesquisa o tema há 10 anos, mas agora terá como acender a luz de Hélio sobre infovias utilizadas como meios de proliferação de ferramentas de marketing e técnicas de propaganda para enganar. A disseminação rápida na era digital ocasiona desinformação, que se torna uma ameaça real para os direitos do consumidor.
A insegurança acrescentou a dimensão offline à online, com a repetição e inventividade em golpes e fraudes, migrando o antigo artigo 171 para uma novíssima roupagem de ciberestelionato.
Por: A Tarde