Apagão bomba governo no STF contra privatização da Eletrobras
A falta de explicação para o apagão da semana passada deu combustível ao governo na estratégia de convencimento do Supremo Tribunal Federal, que discute o poder da União no comando da Eletrobras privatizada.
A pane, que deixou 25 estados e o DF sem luz, chamou a atenção de ministros do Supremo. Assessores afirmam que, apesar do modelo de privatização ter sido aprovado pelo Congresso, uma das ideias em curso é a abertura de uma mediação entre as partes.
Com participação de quase 40% na empresa, o governo não possui assentos no conselho de administração, instância que define a estratégia da companhia —algo que Lula quer reverter via Supremo.
Por isso, o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse ao presidente Lula que foi preciso acionar a Polícia Federal para que consiga obter informações sobre as causas do apagão, que se iniciou iniciou em uma instalação da Eletrobras no Ceará.
Segundo relatos, Silveira disse que não pode fazer muito, porque hoje a empresa é privada. Também afirmou que não teve como exigir abertura total de dados do ONS (Operador Nacional do Sistema) por ser outro “ente privado”.
Hoje, a pasta considera grande a possibilidade de ter havido erro do ONS na gestão do sistema elétrico que, no momento do apagão, não contava com a geração inercial de energia, uma espécie de “moto contínuo” que mantém a rede elétrica operando sempre acima de 60 Hz (Hertz), algo que não ocorreu na semana passada e levou ao apagão.
As informações são da coluna Painel, do jornal Folha de São Paulo.
Julio Wiziack / Folha de S. Paulo